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🖇 | Boa leitura!

Eu estava sonhando com a minha irmã

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Eu estava sonhando com a minha irmã. Nós jogávamos xadrez durante uma reunião familiar. Tínhamos treze e dez anos e eu estava indignado por perder para alguém mais jovem que eu. Nossos pais, tios, avós e primos mais velhos estavam conversando ao redor da sala, rindo e bebendo vinho. As outras crianças já estavam dormindo, mas Katy e eu não queríamos ir para a cama sem antes terminar aquela partida acirrada. Eu suava enquanto tentava vencê-la, mas ela sorria como se seus erros mais sutis fossem propositais.

Você adora zombar de mim. — eu disse aborrecido. — Se sabe que pode vencer, vença logo.

Você é um idiota. — ela franziu a testa e derrubou o meu bispo.

— Porra. — resmunguei.

— Não fale palavrões, idiota. — deu um tapinha em minha mão.

— Pare de me chamar de idiota! — retruquei o tapinha.

— Estou deixando você ganhar porque a garota que você gosta está nos assistindo. Não quero te envergonhar. Mas até te dando brechas você consegue ser ruim. — suspirou.

— De que garota está falando? — olhei em volta.

Katy apontou para atrás de mim, perto das escadarias da mansão. Havia uma mulher ali, não uma garotinha. Ela deveria ter mais de vinte anos, tinha os olhos castanhos, usava um vestido vermelho escuro quase vinho e sandálias pretas sem salto. E ela olhava diretamente para mim de um jeito intenso, algo que me fez sentir o meu coração saltitar em meu peito. Ela era tão familiar, mas eu não a conhecia.

— Quem é ela? — olhei de novo para a minha irmã.

— A garota que você gosta. — ela disse como se fosse óbvio. — A pergunta que eu quero fazer é, por que você não diz isso pra ela?

Franzi levemente a testa. Como eu poderia responder se nem sabia do que Katy estava falando? Porém, aparentemente eu sabia sim.

— Eu já disse. — falei.

— Diga de novo e com mais firmeza dessa vez. Ela está com você porque você a protege, mas precisa oferecer mais do que isso. Uma hora ou outra ela vai querer conhecer o mundo, ir atrás de alguém que possa lhe mostrar tudo sem limites.

— Não é tão simples.

— Pare de aceitar a tristeza como se fosse a única coisa que você merecesse sentir. Você estar feliz me deixaria feliz.

— A culpa foi minha. — respirei fundo.

— Não foi. Espero que se convença disso logo.

Continuamos o jogo em silêncio até Katy capturar o meu rei como sempre acontecia.

— Xeque-mate. — ela disse. — De novo. — ficou de pé e afastou-se da mesa. — Você nunca vai me vencer, idiota. — sorriu fraco.

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