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🖇 | Boa leitura!

Ao longe, eu a observava enquanto ouvia sua risada alta ser levada pelo vento, ecoando no ambiente aberto como uma espécie de melodia cheia de inocência

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Ao longe, eu a observava enquanto ouvia sua risada alta ser levada pelo vento, ecoando no ambiente aberto como uma espécie de melodia cheia de inocência. Eu não podia parar de olhar para ela e admirar aquele sorriso enorme em seu rosto. Aquilo era felicidade de verdade e era incrível saber que essa felicidade vinha de uma coisa tão simples como pular ondas e fugir do mar quando a água avançava sobre a areia da praia.

De repente, Dulce pareceu sumir do meu campo de visão e a minha memória de um passado longíquo se tornou mais poderosa do que a imagem do presente.

Você vai acabar caindo se fizer isso de novo! — grito para a Katy, que não parava de correr para fugir das ondas e depois perseguir a água quando o mar a puxava de volta.

— Pare de ser tão chato e venha se divertir! — gritou correndo na minha direção.

Tentei fugir dela, mas por algum motivo aquelas pernas curtas eram bem ligeiras e ela me alcançou, puxando-me pelo braço para perto do mar. Nós rimos, corremos, contamos as ondas enquanto pulávamos por cima delas e depois eu a persegui. Corremos e rimos até nós dois acabarmos caindo na parte molhada da areia.

— Viu? — ela sentou e olhou para mim que continuava deitado. — Foi divertido.

— Não vou dizer que você tem razão. Eu morreria se um dia dissesse essa frase.

— Um... dois...

— Por que está contando, idiota? — franzi a testa.

E de repente uma onda bateu em mim e cobriu o meu rosto. Me desesperei e sentei depressa, tossindo e cuspindo a água que quase me afogou. Katy começou a rir de mim e eu a encarei de maneira carrancuda.

— Quem é o idiota agora? — perguntou com desdém.

Apesar de bravo, eu sorri.

A risada de Katy foi sumindo gradativamente e a risada de Dulce voltou a ser o foco principal da minha concentração. Vi ela se desequilibrar e cair sentada, encharcando as roupas que usava. Apesar disso, o sorriso e a felicidade não sumiram do seu rosto. Ela levantou e veio até mim, se encolhendo por causa do vento. Seu queixo tremia e seus cabelos estavam pingando.

— Eu disse para não ir até o mar. — retirei o meu casaco e coloquei sobre os ombros dela. — Não é verão.

— O que é mesmo o verão? — franziu a testa.

— Uma época mais quente e mais ensolarada do que esta. Depois eu te explico sobre as quatro estações. Vamos voltar para casa, você precisa de um banho quente e uma xícara de chocolate.

— Sim! — sorriu animada.

Com meu braço em volta dela, caminhamos juntos para sair dali e subir de volta para a trilha da mata que nos levaria para casa.

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