06

1K 146 182
                                    

🖇 | Boa leitura!

Ao longe, eu a observava enquanto ouvia sua risada alta ser levada pelo vento, ecoando no ambiente aberto como uma espécie de melodia cheia de inocência

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ao longe, eu a observava enquanto ouvia sua risada alta ser levada pelo vento, ecoando no ambiente aberto como uma espécie de melodia cheia de inocência. Eu não podia parar de olhar para ela e admirar aquele sorriso enorme em seu rosto. Aquilo era felicidade de verdade e era incrível saber que essa felicidade vinha de uma coisa tão simples como pular ondas e fugir do mar quando a água avançava sobre a areia da praia.

De repente, Dulce pareceu sumir do meu campo de visão e a minha memória de um passado longíquo se tornou mais poderosa do que a imagem do presente.

Você vai acabar caindo se fizer isso de novo! — grito para a Katy, que não parava de correr para fugir das ondas e depois perseguir a água quando o mar a puxava de volta.

— Pare de ser tão chato e venha se divertir! — gritou correndo na minha direção.

Tentei fugir dela, mas por algum motivo aquelas pernas curtas eram bem ligeiras e ela me alcançou, puxando-me pelo braço para perto do mar. Nós rimos, corremos, contamos as ondas enquanto pulávamos por cima delas e depois eu a persegui. Corremos e rimos até nós dois acabarmos caindo na parte molhada da areia.

— Viu? — ela sentou e olhou para mim que continuava deitado. — Foi divertido.

— Não vou dizer que você tem razão. Eu morreria se um dia dissesse essa frase.

— Um... dois...

— Por que está contando, idiota? — franzi a testa.

E de repente uma onda bateu em mim e cobriu o meu rosto. Me desesperei e sentei depressa, tossindo e cuspindo a água que quase me afogou. Katy começou a rir de mim e eu a encarei de maneira carrancuda.

— Quem é o idiota agora? — perguntou com desdém.

Apesar de bravo, eu sorri.

A risada de Katy foi sumindo gradativamente e a risada de Dulce voltou a ser o foco principal da minha concentração. Vi ela se desequilibrar e cair sentada, encharcando as roupas que usava. Apesar disso, o sorriso e a felicidade não sumiram do seu rosto. Ela levantou e veio até mim, se encolhendo por causa do vento. Seu queixo tremia e seus cabelos estavam pingando.

— Eu disse para não ir até o mar. — retirei o meu casaco e coloquei sobre os ombros dela. — Não é verão.

— O que é mesmo o verão? — franziu a testa.

— Uma época mais quente e mais ensolarada do que esta. Depois eu te explico sobre as quatro estações. Vamos voltar para casa, você precisa de um banho quente e uma xícara de chocolate.

— Sim! — sorriu animada.

Com meu braço em volta dela, caminhamos juntos para sair dali e subir de volta para a trilha da mata que nos levaria para casa.

SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora