41

900 118 95
                                    

🖇 | Boa leitura!

Eu estava no caminho para chegar até o banker

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava no caminho para chegar até o banker. Minha maleta estava cheia com todos os documentos que coletei nas últimas semanas. Eu mal podia acreditar que tudo estava perto de acabar. Dulce e eu finalmente poderíamos viver como pessoas normais e esquecer tudo o que aconteceu. Depois que eu entregasse aquilo para as autoridades, a paz reinaria.

Desbravei aquela mata até finalmente chegar ao local exato do banker. A entrada no chão estava coberta com folhas que deixavam o solo quase desapercebido. Fui até lá e abri, descendo as escadas logo em seguida. Foi então que eu a vi de costas no ambiente iluminado somente por velas. Estava segurando algo nos braços e eu franzi o meu cenho porque achei se tratar de um bebê, mas ela ainda estava no meio da gestação pelas minhas contas. Na verdade era difícil para mim ter noção de quanto tempo eu estive longe.

Dulce? — a chamei.

Primeiro ela virou a cabeça e abriu um sorriso feliz ao me ver. Quando virou totalmente o corpo, eu me assustei ao ver que ela segurava um bebê em um dos braços, enquanto em sua mão livre estava um bisturi.

— O papai voltou como prometeu. — ela disse ainda sorrindo. — E ele pode ver para que você veio ao mundo.

Tentei gritar e correr até ela quando aproximou o objeto afiado do peito da criança, entretanto, meus pés pareciam grudados no chão e a minha garganta igualmente travada. Não pude fazer nada além de assistir enquanto ela abria o tórax do bebê e depois enfiava a sua mão lá para retirar o coração ainda pulsando. Dulce parecia uma psicopata.

Acordei ofegante e as sobras do meu desespero se desfizeram quando eu ouvi o barulho do mar e lembrei de que eu ainda estava longe dela e que tudo aquilo foi apenas mais um pesadelo. Eles vinham sendo mais recorrentes e cada vez mais mórbidos. Era o resultado do meu medo e minha luta contra o tempo que insistia em passar depressa por mim, lembrando-me de que eu tinha que me apressar para ter a vida feliz e normal que tanto queria.

Levantei da cama e caminhei até a janela, observando as ondas do oceano pacífico. Eu estava na Califórnia na última residência pela qual deveria passar. Cheguei ali na noite anterior e dormi assim que coloquei os meus pés no quarto. Deixei a minha busca no escritório para o período da manhã e iria embora assim que me alimentasse e pegasse o que precisava.

Fui até o banheiro e primeiramente me olhei no espelho. Meu cabelo estava maior e eu deixei a barba crescer também. Não pensei em me cuidar, então minha aparência de desleixo era notável. Naquelas últimas seis semanas, devo ter ouvido perguntas sobre o meu bem estar físico e mental mais vezes do que ouvi em toda a minha vida.

Meus pais também estavam preocupados e querendo muito saber o que eu estava fazendo fora de Boston. Tive que mentir sobre um trabalho importante e diferenciado para a empresa. Isso explicaria as minhas passagens pelas propriedades da família, ao menos as que eles ficavam sabendo. Era triste saber que talvez eu não pudesse confiar neles também.

SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora