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🖇 | Voltei! Boa leitura!

Eu sabia que ela havia ficado chateada com o que eu disse, mas eu tinha que ser justo e não me deixar aproveitar por sua inocência

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Eu sabia que ela havia ficado chateada com o que eu disse, mas eu tinha que ser justo e não me deixar aproveitar por sua inocência. Notei que Dulce tinha a mania de ficar quieta quando estava incomodada e isso me deixava ansioso de um jeito nada legal. Ela sempre é tão falante que o seu silêncio me deixava agoniado. Tentando tornar a falta de diálogo aceitável, eu sugeri que assistíssemos algo. Ela adorava ver filmes e claro que não se negou a isso, com a condição de que ela pudesse escolher.

Observei ela ler a sinopse de um deles e notei que sua leitura estava ótima, havia progredido bem rápido em pouco tempo. Depois de escolher o que queria assistir, nós nos acomodamos no sofá. Ironicamente ou não, Dulce optou por um romance. Um clássico inimigos para amantes.

— Como ela pode gostar dele se ele a irrita tanto? — Dulce questionou.

— Algumas pessoas fazem isso para chamar a atenção quando gostam de alguém. Dá pra notar quando a implicância é desejo reprimido.

— Por que os sentimentos precisam ser tão complicados? — soltou um suspiro. Aquela pergunta não era apenas sobre o filme.

— Eu não sei. — falei apenas.

O filme continuou e foi chegado o momento crucial quando o casal principal admite que se gosta depois de uma série de acontecimentos que faz os dois mudarem a própria perspectiva. Roteiros de filmes água com açúcar são bem previsíveis.

Os personagens se envolveram em um beijo selvagem e de repente começaram a tirar as suas roupas. Ergui as minhas sobrancelhas surpreso por ter achado aquele tempo todo que era um filme para adolescentes.

— O que eles estão fazendo? — Dulce perguntou assim que os dois se deitaram na cama já seminus.

— Sexo. Algo que outro dia você chamou de acasalar.

— Ah, então eles vão procriar. — deduziu.

— Não. Na maioria das vezes, não se faz sexo na intenção de procriar.

— Então por que fazer? — franziu a testa.

— Porque é bom. — dei de ombros.

— Mas... — ela não fez a sua próxima pergunta e arregalou um pouco os olhos quando a garota do filme soltou um gemido. — Entendi.

Dulce continuou a assistir com uma expressão de surpresa e talvez um punhado de choque. A cena era muito bem feita, romântica e de um jeito que mostrava bem o quanto os personagens estavam gostando. Quando o cara traçou um caminho de beijos pelas costas da garota, Dulce arfou e me deu uma breve olhada de relance. Eu respirei fundo e tentei me concentrar em outra coisa que não fosse aquela cena.

Pelo resto do filme, ela se manteve em silêncio e mais quieta do que o normal. Nenhuma pergunta sobre mais nada foi feita até os créditos começarem a subir.

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