Epílogo

1.1K 138 146
                                    

🖇 | Boa leitura!

— Respira devagar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Respira devagar. — era a quinta vez que Christopher dizia a mesma coisa.

— Eu vou bater em você. — o encarei seriamente para que ele soubesse que a minha ameaça era séria.

— Eu entendo que esse seja um momento de grande estresse, mas você não quer bater em mim de verdade. — sorriu fraco.

— Ah, eu quero sim! — falei brava. — De novo... — resmunguei antes de soltar um grito de dor.

Eu estava no apartamento de Christopher tentando dar a luz dentro de uma banheira. Optamos pelo parto natural em casa porque eu ainda não me sentia confortável em hospitais e tudo o que aquele momento pedia era conforto.

— Você está quase lá, Dulce. — a enfermeira que estava me acompanhando disse depois de colocar o dedo dentro de mim pela milésima vez.

— Eu sabia que partos eram invasivos, mas isso me faz querer ter os meus próximos filhos em um laboratório. — falei sem pensar.

— Você está dizendo muitas coisas, meu amor. — Christopher sorriu de maneira desconcertante.

Outra contração muito forte e dessa vez eu empurrei com força querendo que os bebês saíssem para que aquilo parasse.

— Calma. Tudo vai acabar no tempo que tiver que acabar. — a enfermeira mantinha um tom de voz calmo que na verdade não estava me acalmando nada. — Deixa eu checar... — e lá vinha o dedo dela de novo.

— Se você enfiar o dedo em mim outra vez eu vou puxar pra dentro igual uma ventosa e você nunca mais vai ver o seu indicador de novo. — a ameacei.

Christopher soltou uma risada, mas logo a segurou.

— Desculpe. — pediu.

— Tudo bem. — a enfermeira riu. — São os hormônios.

— Ok, isso vai ser ainda mais forte. — avisei sentindo outra contração chegar.

Assim como foi lhe ensinado durante as aulas sobre o parto, Christopher posicionou as suas mãos dentro da água para segurar o primeiro bebê. Finalmente o senti saindo de mim e empurrei o máximo que pude, chegando até a ficar um pouco tonta no processo.

— Meu Deus, é uma cabeça! — Christopher arregalou os olhos. — Continue, amor.

Segurei-me nas bordas da banheira e abri bem as minhas pernas, empurrando mais uma vez. Os ombros passaram e o restante do corpo foi expelido com facilidade. Christopher segurou o bebê mantendo ele na superfície da água. Logo em seguida, o colocou sobre o meu peito e manteve uma das mãos nas costas dele.

— É o Fernando. — ele disse com os olhos marejados.

— Ei, olá! — eu senti as minhas próprias lágrimas.

SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora