Erin acordou durante a madrugada de um pesadelo. Ela sonhou que Sam tinha morrido e que não conseguiu salvá-la. Ela acordou com um pulo...
— Ei... você está bem? — Jay acordou rapidamente com a movimentação de Erin, preocupado, pois ela estava um pouco suada.
— Sim, só um pesadelo horrível com a Sam... — Erin passou a mão no peito, ainda aflita. — Você acha que seria exagero ligar para ela agora e ver se está tudo bem? — Erin perguntou a Jay, desejando se acalmar, mas sabendo que já era tarde. Jay olhou para o relógio, mas pensou que, se fosse com ele, também gostaria de verificar.
— Ela vai entender. Liga, só para te tranquilizar — Jay disse, e Erin não hesitou em pegar o celular e ligar para a irmã.
— Desculpa... Sim, sim, está tudo bem... Eu só estava preocupada. Você está bem mesmo, né? Nada, eu só tive um pesadelo e queria confirmar... Desculpa ter te acordado... Tudo bem, volte a dormir. Sam? Eu te amo — a conversa foi breve, mas Jay percebeu que foi o suficiente para acalmar as preocupações de sua noiva.
— Mais calma? — ele perguntou assim que ela desligou.
— Sim... — Erin sorriu para ele. — Vou pegar um copo d'água e já volto para a cama.
— Quer que eu pegue? — Jay se ofereceu.
— Não precisa, não quero que perca o sono. Volte a dormir — Erin se inclinou e deu um selinho em Jay antes de se levantar e sair do quarto.
Ela realmente queria um copo d'água, mas aproveitou para subir ao segundo andar e checar as crianças.
Erin entrou primeiro no quarto de Jesse. Ele estava dormindo confortavelmente na cama, com os pezinhos para fora da coberta, uma das mãos no rosto e soltando alguns roncos suaves. Erin se aproximou e o cobriu, mesmo sabendo que ele logo se descobriria novamente. Deixou um beijo leve em sua testa antes de sair e ir ao quarto de Maya.
Ela não conteve um sorriso. Sempre se perguntava como Maya conseguia dormir em posições tão estranhas e ainda acordar bem na manhã seguinte. A menina estava com um pé para fora da cama, o outro dobrado, uma mão debaixo do tronco e a outra levantada sobre a cabeça. Erin queria entender como ela conseguia.
Se aproximou de Maya, sem querer incomodá-la, mas ficou observando por um momento. O rostinho doce e angelical enquanto dormia a encantava. Erin não sabia explicar o quanto amava aqueles dois. As pessoas sempre diziam que filhos adotivos não eram amados da mesma forma, mas olhando para seus filhos, Erin tinha certeza de que quem disse isso nunca havia adotado. Era um amor inexplicável. Erin daria a vida por eles e nem sabia como descrever a dor de amá-los tanto.
— Bons sonhos, mamãe te ama — Erin sussurrou para Maya e deixou um beijo suave em sua testa. Com Maya, ela não quis mexer muito para não acordá-la. Já Jesse, ela sabia que poderia movê-lo e ele nem perceberia; tinha um sono bem pesado.
Depois de falar com Sam, ver seus filhos e beber sua água, Erin voltou para o quarto.
— Eu te disse para voltar a dormir — Erin comentou assim que entrou no quarto. Jay estava encostado na cama, lendo um livro. Ele havia perdido o sono, e Erin sabia que sua saída não fora só para beber água.
— Perdi o sono...
— Me desculpe...
— Você não fez de propósito. E se soubesse quantas noites eu já passei acordado por causa daqueles dois, nem se preocuparia... — Jay sorriu gentilmente para ela. — Falando neles, como eles estão? — Jay perguntou, e Erin o olhou surpresa por ele saber o que ela tinha feito. — Eu também faço isso às vezes. Não sei... só preciso observá-los um pouco.
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Linstead - Corações Quebrados
RomanceAU LINSTEAD A magia da infância não esteve presente em suas vidas. Quando tudo o que se vive enquanto cresce são abusos físicos, mentais, psicológicos e sexuais, você se torna um adulto que não tem mais esperanças, não tem mais sonhos e muito menos...