Capítulo 28 - Emergência

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(POV Kakashi)

Era por volta das sete quando resolvi ir até o Hospital. Era um horário sem grandes movimentos e ainda dava tempo de visitar Iori para saber como ele estava. Agora que sabia que o pequeno gostava de super-heróis resolvi levar algo para distraí-lo enquanto estivesse internado, e talvez assim abrir uma brecha para iniciar um bom relacionamento com ele. Me sentia inseguro quanto a isso, afinal se ele me odiasse eu certamente ficaria abalado.

Ao chegar apenas dei meu nome na recepção e fui liberado para ir até o apartamento, que encontrei com algum esforço já que todos os corredores pareciam exatamente iguais.

— Estou atrapalhando? — Perguntei assim que Sakura abriu a porta.

— Não, estávamos falando de você nesse exato momento. — Ela sorriu e se afastou para que eu pudesse entrar. — Não é mesmo filho?

— Seja lá o que for eu posso explicar. — Sorri envergonhado para Iori enquanto esse me analisava de cima a baixo.

— Então você é o amigo da mamãe. — Sua voz séria me fez suar frio. — Obrigada. — Ele sorriu abertamente e aquilo me tranquilizou. — A mamãe falou que você ajudou muito.

— Ajudaria ainda mais se pudesse. Como você está se sentindo? — Caminhei para perto da sua cama sentindo o olhar de Sakura sobre mim, e mesmo querendo muito envolvê-la em meus braços, aquele momento era meu e do Iori.

— Querendo ir para casa. — O suspiro longo e a cara triste foram forçados, mas o desejo era real. — Mas parece que vou precisar de mais alguns dias por aqui.

— Tenho certeza que você vai se recuperar rápido, você e sua mãe são muito fortes e resistentes. — Pisquei para ele que riu baixinho. — Mas acho que isso deve te ajudar a passar o tempo mais rápido. — Tirei do meu bolso meu PSP estiquei para ele. — Só promete não contar pra sua mãe que eu também gosto de super-heróis.

— Não tem problema Kakashi, a mamãe gosta deles também. — Ele sussurrou para mim.

— O que os dois estão cochichando aí ein? — Sakura se aproximou tocando minha mão discretamente.

— Nada. — Eu e Iori respondemos juntos.

— Você parece ter uma facilidade para cativar os Harunos, ou é impressão minha? — Ela se sentou ao lado do filho. — O que é isso?

— Um brinquedo para ele passar o tempo. Tem alguns jogos do Batman que acho que você vai gostar.

No mesmo instante ele já ligou o aparelho e mexeu com facilidade. Eu e Sakura nos sentamos no sofá e o observamos por alguns minutos.

— Como você está? — Acariciei sua bochecha ternamente e ela inclinou o rosto inspirando em meu pulso.

— Melhor com você aqui. — Essa resposta preencheu meu coração e com muito esforço não a puxei para mim naquele momento. — Ele já tinha gostado de você antes mesmo de trazer o vídeo game. Parece que minha mãe falou bastante de você.

— Eu queria dizer que sinto muito, mas não poderia ter ficado mais feliz. — Ela riu e me empurrou contra o sofá. — Mas estou surpreso com uma coisa.

— Com o que?

— Você gosta mesmo de super-heróis? — Apoiei meu braço no encosto do sofá e ela se aconchegou em mim.

— Claro que gosto, de ficção científica, dramas policiais entre outras inúmeras coisas que você nem imagina. Só não tenho muito tempo para me dedicar a isso.

— Então quando isso passar nós vamos passar um dia juntos nos dedicando a pura e simples diversão. O que acha?

— Eu adorei a ideia! — Iori falou animado me assustando.

— Ele tem um bom ouvido. E olhos. — Sakura riu ao perceber meu espanto.

— Pode ser no dia do meu aniversário?

— Claro. — Respondi já montando planos e mais planos sobre o que fazer no aniversário dele.

— Pronto, agora é capaz de ele te idolatrar. — Sakura falou revirando os olhos. Me aproximei do seu rosto lentamente e sussurrei em seu ouvido.

— Não precisa ficar com ciúmes, eu também pretendo passar um dia inteirinho com você meu bem. — Ela se arrepiou e corou, me deixando satisfeito.

— E isso seria um encontro, Kakashi?

— Claro. Com tudo que temos direito. — Pisquei para ela e isso só intensificou o vermelho em seu rosto. Olhei para o relógio na parede e suspirei. — Se soubesse que seria tão bem recebido assim teria vindo mais cedo.

— Imagino que não irá para a aula amanhã. — Sua expressão ficou triste. — Quer que eu avise os professores?

— Não, tudo bem. Eu mesmo entro em contato com eles. Ainda não sei se é bom expor nossa situação assim tão rápido. — E realmente não era. Eu precisaria achar uma solução para isso.

— Tudo bem então. — Me levantei e fui até a cama novamente. — Cuida da sua mãe, ok? Quando eu voltar prometo que cuido dos dois.

— Claro. Ninguém vai machucar a mamãe. — Iori respondeu confiante.

Sakura me acompanhou até a porta e a encostou para que pudéssemos ter privacidade.

— Se cuida meu bem. — Falei a abraçando, ela se levantou seu rosto e me abaixei para beijá-la.

— Você também querido. — A beijei de novo depois de ouvi-la me chamar de querido. — Me avise quando chegar em casa.

Ela sorriu e me apertou em seu abraço antes de me soltar e voltar para o quarto. Eu estava nas nuvens enquanto caminhava de volta para a recepção, no entanto aquela sensação não durou muito, ao passar pela emergência uma enorme movimentação me chamou a atenção e enquanto tentava olhar e entender o que havia acontecido avistei Sasuke em um canto completamente desorientado e coberto por sangue.

— Sasuke? — O chamei assim que me aproximei. Ele não respondeu, estava claramente em choque. Segurei seus ombros e o fiz me encarar. — Sasuke! — Praticamente gritei.

— Kakashi?

— O que aconteceu? Está ferido? — Pela quantidade de sangue não achei que fosse ele, ou certamente estaria desacordado. Sasuke então apontou para uma maca onde vários médicos cercavam o paciente, e por um segundo enquanto uma médica se afastou eu pude ver de quem se tratava.

— Shikamaru! — No segundo seguinte Sasuke desmaiou em meus braços.

Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora