| Capítulo 3 |

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Filme
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Bella Leblanc:
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– Mas, não vamos comer aqui. – Ele anuncia.

– Quer me sequestrar dentro da sua própria casa? – Indago, arqueando a sobrancelha.
Vejo ele fechar a geladeira com o pé após pegar a travessa pequena.

– Tá muito cedo pra te levar pro meu quarto. Vamos pra sala, por enquanto. – Ele puxa um sorriso de lado e eu arregalo os olhos. – Só tô brincando, baby, não precisa ficar tímida assim. – Ele enfia a colher na travessa e leva a boca, lambendo-a em seguida.

– E-eu sei. Não tô tímida. – Me aproximo dele pegando uma colher do doce também, enfiando na boca para disfarçar o rubor nas bochechas.

– Sei… – Ele ri, dando um empurrãozinho no meu braço.

Seguimos pra sala por outra saída da cozinha, para não precisar passar pela sala de jantar onde todos estão.

– O que é isso que você tava jogando? – Sondo, vendo-o desconectar o videogame da TV enquanto me sento e ponho a travessa no meio do sofá entre nós.

– Saints row.

– Ah. É só matar pessoas? – Pergunto.

– Basicamente. – Ele ri. – Mas me ocupo com outras coisas, acredite. Não sou totalmente sem o que fazer. – Ele dá os ombros.

– Deixa eu adivinhar. Joga futebol? – Indago, sugestiva.

– Não. Ando de Skate. – Conta.

– Acho legal, mas com certeza quebraria minha cara se tentasse aprender. – A cada frase, uma colher do pavê delicioso.

– Posso te ensinar. Eu não te deixaria cair. – Ele gesticula com a colher.

– Duvido muito disso. – Dou uma risada leve, lambendo o fundo da colher.

– Você é uma monstrinha, hein. O corpo bonito é genética? – Ele me encara espantando. Engulo o seco, lembrando da prosti… da minha mãe.

– Sim. – Dei os ombros, indiferente. – Boca foi feita pra comer. E não é todo dia que eu acho uma sobremesa boa assim. As minhas não são tão boas, não sou uma mestra na cozinha.

– Minha mãe me ensinou a cozinhar. – Ele sorri orgulhoso, com os olhos iluminados.

– Deve ser legal aprender esse tipo de coisa com a… família. – Engulo seco mais uma vez. – Não tenho contato com minha mãe, mas meu pai faz um bom trabalho. – Resumo, antes que pergunte.

– Sinto muito. Meu pai contou… um pouco. – Ele esfrega o pescoço, cauteloso.

– Não sinta. Ela era uma prostituta viciada. – Reviro os olhos, tentando não me abalar com lembranças ruins com aquela mulher.

– Tá, o que quer assistir? Metade da travessa se foi e nem escolhemos um filme. – Ele desvia os olhos de mim, voltando-os pra TV.

– Daqui a pouco meu pai me chama pra irmos. Não vai dar tempo de assistir nada completo. – Aviso, antes que ele se dê um trabalho.

– Nós assistimos até onde der e depois… continuamos. – Ele dá os ombros, passando pelos filmes de romance.

– Como eu era antes de você. – Aponto para a tela, quando o filme passa por ela.

– Pode ser. – Ele clica.

– Sério? – Pergunto espantada. A maioria dos meninos que eu conheço não assistiria nem mortos.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora