| Capítulo 27 |

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Capítulo 27 | Rosa claro
Bella Leblanc:
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    Estou ignorando a minha própria  existência e deitada no sofá com as pernas pro ar assistindo F.r.i.e.n.d.s na Netflix, e alguém toca a campainha. Franzi as sobrancelhas ao me levantar, quase caindo do sofá por não imaginar quem seria. Afinal, o Bill saiu há alguns minutos e o meu pai está fazendo plantão no hospital.

    Dei de cara com a Nanda e seus cabelos cacheados escondendo-lhe o rosto. Tombei a cabeça para o lado e sorri confusa.

    — Oi… Nanda. O que faz aqui? — Perguntei de uma vez. Ficamos mais próximas, porém, ela é melhor amiga do Apolo.

    — Oi, Bella! Tudo bem? Bom… eu não tenho muitas amigas mulheres para… você sabe…  sair. E como você é a única alma feminina da minha vida, resolvi te chamar pra dar um passeio. — Ela virou a cabeça da mesma forma que a minha, sorriu com os cachos caindo em seu rosto e enfiou as mãos no bolso de trás do short.

    — Ah, eu… — me consertei para não parecer uma idiota. — Não estava esperando, mas adoraria. Só tenho que… tomar um banho… — apontei para trás por cima do ombro e ela confirmou rápido com a cabeça.

    — Tudo bem, eu te espero — disse abanando a mão no ar e eu dei espaço para ela passar. Nanda se sentou no sofá e eu fechei a porta.

    — Prometo que me arrumo rápido — fiz arminhas com os dedos e corri para o andar de cima.

    Não vou negar que estou confusa e um pouco nervosa com o convite da melhor amiga do Apolo. Será que ela sabia que ele me fazia de idiota? Resolvo não ficar imaginando coisas, por ora.

    Tomo um banho rápido e tento prender o cabelo em um rabo de cavalo. Visto uma calça cargo e um top preto e pego uma bag com a cor da bandeira LGBT. Depois de colocar uns acessórios coloco as minhas economias na bolsa, afinal, se vamos passear, podemos acabar comprando algo.

    — Eu chamei um uber — avisa ela. — Vamos a um mercado brasileiro que tem um doce chamado doce de leite que eu gosto muito de comer. Minha vó trouxe do Brasil uma vez e eu viciei. — Explicou.

    — Tudo bem — falei dando de ombros.

    Saímos de casa no exato momento em que o uber chegou e entramos no carro. Percebi a Nanda abrir a boca para falar algo algumas vezes e desistir, depois ficar batendo o pé no chão do automóvel.

    — Você quer me falar alguma coisa, Nanda? — Sondei, franzindo a testa. — Parece agoniada…

    — Eu soube que você e o Apolo… hm… terminaram? — ela contorceu os lábios. — Ele me contou sobre o jantar e tal… eu sei que parece que ele foi um traidor filho da puta, mas não é exatamente o que parece, entende? Eu não posso te contar, mas você devia conversar com ele. Devia mesmo. — Ela me olha nos olhos e me deixa desconcertada. Parece decidida a insistir caso eu recuse.

    — Vocês são melhores amigos, não é? No caso você é a melhor amiga mulher. Ele deve ter te contado que me comeu e que depois disso, porquê nossos pais decidiram que não íamos mais nos ver, ele foi ficar com a prima? — Arqueei as sobrancelhas. — Não sei se ele tem muito o que explicar, sinceramente, Nanda. — Senti meu estômago revirar quando lembrei deles dois chegando juntos e apertei meus joelhos com as mãos.

    — Eu sei… não consigo imaginar como você se sentiu, mas dá uma chance de ouvir o que ele tem a dizer. — A cacheada fez beicinho e eu neguei com a cabeça.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora