| Capítulo 23 |

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Capítulo 23 | Ondas
Bella Leblanc:
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    Tirei os meus saltos e caminhei pela borda da piscina, observando as leds acopladas na cerâmica que iluminam a água refletida pelo azul do piso. Apolo está atrás de mim. Sinto seus olhos mapeando meus movimentos a cada passo que dou.

    — Será que a piscina está aquecida? — Sondei quebrando o silêncio preenchido apenas pela zuada das ondas no mar em frente ao hotel.

    — Quer descobrir? — Apolo perguntou com a voz risonha e eu virei para encará-lo.

    — APOLO NÃ… — foi o que tive tempo de gritar antes de ser jogada dentro da piscina. Emergi na água morna, aquecendo o meu corpo. Impulsionei minha subida com o pé e voltei à superfície, encharcada.

    — E aí? É quente? — Ele sondou prendendo a risada. Encarei Apolo boquiaberta, incrédula. — Não se preocupe… não vou deixar você se molhar sozinha… — ele tirou a camisa, os sapatos e as coisas dos bolsos  antes de se jogar na piscina.

    — Achei que não gostasse de água — peguei-a água formando uma conchinha com as mãos e joguei nele.

    — Não gosto, mas por você vale o sacrifício — respondeu espontaneamente. Eu ri, tirando os fios molhados de cabelo que entraram em minha boca.

    — Você acabou de queimar o seu brinquedinho maligno — me refiro a calcinha que eu visto.

    Apolo balançou os cabelos e emitiu um "rhn" grave, com um pequeno sorriso fino nos lábios. Depois levantou o olhar pra mim, destacando a vermelhidão das bochechas e se aproximando.

    — Não tem problema… — ele me empurrou contra a borda da piscina e me prendeu entre os braços. O sorriso em seus lábios sumiu. — Toda vez que apertava aquele botão, me senti tão torturado quanto você… vendo seu rosto… sua respiração… queria que fosse eu ali — concluiu ele, com os olhos contornando o meu rosto com desejo.

    — Eu sei… — foi o único murmúrio que saiu da minha boca. Estava presa na determinação do seu olhar, sentindo uma pulsação intensa entre as pernas.

    — Eu quero você, Bella. Quero que você seja minha. — Ele levantou os olhos até os meus e suspirou. Seu hálito quente com cheiro de vinho e as esferas vidradas, brilhosas. Senti minhas pernas fraquejarem dentro da água.

    — Eu quero… ser sua — senti minha garganta secar e engoli. Juro que consigo ouvir o meu coração disparado e rezo para que ele não consiga ouvir também.

    Apolo suspirou de novo e trouxe uma das suas mãos ao meu rosto. Seu dedo desenhou minha bochecha e os meus lábios. Meus pelos molhados se arrepiaram com a sensação e eu prendi a respiração. Sua mão parou atrás da minha orelha e segurou a minha nuca, puxando-me para perto.

    Senti seus lábios um pouco gelados e trêmulos. Senti a fome quando ele capturou os meus com mais força. A intensidade. Sua outra mão desceu para minhas costas e nossos corpos se encostaram. Se colaram. Se atraíram.

    Segurei em seus ombros rígidos e ele estremeceu, reagindo ao meu toque. Respirando fundo. Eu gemi em seus lábios quando puxaram a minha língua. Comecei a sentir meu corpo ferver do dedinho do pé ao último fio de cabelo. A pele dele é como fósforo, enquanto a minha é álcool puro. Uma aparente explosão prestes a se concretizar.

    — Temos que sair daqui… — consegui dizer quando a luz me fez lembrar que estávamos dentro da piscina e que as pessoas em seus quartos lá em cima podiam nos ver.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora