| Capítulo 4 |

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Colégio
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Bella Leblanc:
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– Bom dia chereteira. – Apolo me cumprimenta com seu sorriso largado e preguiçoso.

Está recostado no capô do carro, veste uma calça moletom preta e uma camisa vermelha estampada com um desenho. Calça um tênis vermelho da Nike e seus cabelos estão perfeitamente lisos como são.

Sua postura é tranquila e confiante, os braços cruzados e uma perna na frente da outra, nos esperando.

– Bom dia… er… não precisava vir. – Cumprimento com a voz baixa.

– Eu sei, mas vim. – Ele se distancia do carro. – Bom dia, Bill. Vamos lá? – Indaga, dando a volta para entrar no carro.

– Vai na frente, chereteira – Bill provoca, com uma voz insuportável enfatizando o apelido.

Reviro os olhos e abro a porta do passageiro para entrar. Ligando o carro, Apolo da partida me fitando de rabo de olho, com meio sorriso nos lábios.

– Achei que só andava de skate. – Arqueio uma sobrancelha e falo com certa surpresa.

– Só mais uma das minhas qualidades, baby. – Responde confiante.

– Quando eu começar a estagiar na faculdade, quero comprar um desse aqui. – Bill comenta no banco de trás.

Sempre tive orgulho do fato do meu irmão ter tanta força de vontade para conseguir as próprias coisas – diferente de mim.

– Esse não é meu não. É um dos carros do meu pai, ele quer passar pro meu nome, mas não quero as coisas dele. – Apolo confidência. – Pelo menos não pra ele jogar na minha cara todo o esforço que faz por mim e eu não agradeço. Quero conseguir minhas coisas, mas ele insistiu que eu usasse por enquanto. – Agrega, com a voz monótona.

– Então, pelo menos por enquanto, você tem um carro legal. – Sorriu de leve.

– Pelo menos enquanto eu estiver aqui. – Corrige.

– Não pretende ficar por muito tempo? – Indaga.

– Não. Pretendo voltar a morar com minha mãe. Se eu ficar aqui por muito tempo vou virar marionete do George. – Revira os olhos.

Assinto e não faço mais perguntas.
Fico brincando com os fios do meu cabelo até chegar ao colégio enquanto Bill e Apolo conversam sobre carros.

Apolo para o carro em uma das vagas desocupadas do estacionamento e descemos.

Sinto um frio negativo na barriga ao ver todos chegando e caminhando até a entrada, ao encarar a escadaria do colégio.

Colégio este que fez da minha vida um inferno por anos.
Não gosto de nada que tem aqui, nada relacionado a esse lugar.

Fico travada dentro do carro, mesmo depois de Bill e Apolo terem descido.
Apolo me encara confuso e Bill vem até a janela, se escorando na mesma.

– Vamos lá, Bella… por favor… – Bill sussurrou, acariciando meu rosto.

Foquei minha visão nele com dificuldade. A visão turva pelas lágrimas surgindo involuntariamente.

– E-eu… eu não consigo. – Consigo dizer.

– Claro que consegue. Por anos você aguentou coisa muito pior… – Ele me encoraja.

Só que o problema é que nenhuma palavra do que ele diz soa como verdade em minha cabeça.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora