| Capítulo 5 |

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Campo
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Apolo Foster:
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Pego os pacotes de comida que a garçonete me entregou e peço para a Bella segurar, por último ela me entrega os refris e dou partida no carro.

– Acho que o McDonald é muito superestimado. O lanche nem é tão bom assim. – Dou os ombros, levando o canudo à boca.

– Então por que veio aqui? – Ela riu levemente, abrindo o pacote.

– Sei lá, também estou superestimando ele. – Brinco. – Ou era o drive-thru de fast-food mais próximo. – Inclui.

– Eu gosto… – Ela enfiou uma batata frita na boca. – Gosto de tudo que envolve besteiras, na verdade. – Deu os ombros.

A primeira coisa que pensei em fazer quando vi a forma que ela ficou ao ser insultada por aquelas garotas, foi tirá-la de lá – e assim eu fiz – seria um babaca se não fizesse nada.

No carro, durante os 15 minutos até chegarmos ao drive-thru do Mcdonald, ela permaneceu alheia à mim e encarando as ruas, as pessoas andando e os edifícios.

Mas ao ver a comida e se distanciar do colégio, ela se tranquilizou, mas seus olhos continuaram avermelhados e tristes.

– Aonde estamos indo? – Pergunta, dando uma mordida no seu lanche.

– Surpresa. – Mordo o meu também, deixando só uma das mãos no volante.

– Ah, me conta, vai. – Demanda.

– Se eu contar vai deixar de ser surpresa. – Insisto.

– Eu não gosto de surpresas. – Retruca.

– Algo ou alguém que não desperta interesse e tende a ser tedioso. Exemplo: Bella, chata.

– Está falando que sou desinteressante na minha cara? – Sua voz sai aguda, indignada.

– Não. Estou dando a definição da palavra “chata”, não quer ser ligada ao adjetivo, então não seja uma pessoa chata. – Encaro-a, óbvio.

– Eu não gosto de  você. – Ela afirma, cruzando os braços e cerrando os olhos pra mim.

– É impossível não gostar de mim. – Falo convencido, arrastando a voz.

– Tá bom, deus Apolo.Queria ter metade do seu ego. – Ironiza. – Aliás, por que esse nome?

– Minha mãe curte mitologia. Eu ia me chamar Hades, mas herdar o nome do deus do submundo seria meio dark, apesar de que o considero um nome legal. Mas deus do sol soou uma opção melhor pra minha mãe. – Explico o que minha mãe me explicou um dia.

– Ah, Bill e Bella. A minha não teve tanta criatividade assim, até porquê nem queria ter filhos. – Ela diminui o tom da voz, ficando sem graça.

– Aquela garota… ela falou da sua mãe… – Não consigo evitar a pergunta.

– Antes de ir embora, ela deixou em mim muito além de marcas físicas e psicológicas. Ela marcou a minha vida por completo. – Sussurra, sua voz quase inexistente. – Mas não quero falar disso, você me ajudou a fugir para esquecer, não? – Retoma sua postura.

– Sim. – Estaciono o carro finalmente, e então ela parece perceber onde estamos ao olhar pra frente.

Seus lábios se formam em um “O” e seus olhos se arregalam, brilhando, com uma cor levemente mais clara pelo reflexo do sol.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora