| Capítulo 26 |

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Capítulo 26 | Egoísmo
Apolo Foster:
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    — Como assim, você está namorando e não é com a Leblanc? — sondou Nanda, sem disfarçar sua indignação.

    — Bom, estando. — Falei seco, sem encará-la.

    Pietro ao lado dela pigarreou. Eles são meus amigos, sabem que tem algo de errado, no entanto não posso arriscar contar e colocar minha mãe numa situação ainda pior. Ainda bem que Chris não está aqui, pois insistiria até arrancar algo de mim junto com sua gêmea.

    — Ah, conta outra Apolo. Até um cego via o quanto você estava apaixonado por essa menina e do nada você começa a namorar com outra? Você não é assim. Eu posso até ser, mas você não — Pietro falou, girando as rodinhas no próprio skate que está em seu colo.

    Encaro a piscina e bebo a cerveja que tinha em mãos de uma vez, deixando a garrafa vazia ao lado da espreguiçadeira. Os próximos dias exigiram de mim uma atuação digna do Oscar. Ter dinheiro e luxo não compensa a minha liberdade e felicidade.

    — Eu reencontrei a Julia e… ela sempre foi a minha paixão de infância e aconteceu. O que eu sinto por ela é… real —  a mentira não sai tão convincente quanto deveria.

    Mentir em relação a Bella não é tão fácil. Não quanto o que eu sinto por ela é tão verdadeiro. Na vida, aprendemos ao longo dos anos que sofreremos perdas e que nem sempre podemos ter tudo que amamos — acho que aprendi isso muito cedo — só que apesar de saber, é difícil se acostumar.

    — Tá, o que vou falar agora é muito boiola — Nanda, que já está na espreguiçadeira ao lado, virou de frente pra mim e apoiou os braços nas coxas. — Você sente frio na barriga quando está com ela? Sente como se… fosse explodir de euforia quando ela sorri? Como se o ar fugisse dos seus pulmões ao encará-la, mas não de uma forma ruim… de uma forma… inebriante? — Questionou.

    Fiquei encarando minha amiga. Pensando em quantas vezes quase explodi de euforia ao ver a Bella sorrir. Pensando em como de maneira nenhuma se tratou de tempo, e sim de conexão. Engoli o seco. Travei a mandíbula e menti, friamente.

    — Sinto. E a Bella nunca me fez sentir nada disso. — Mas não consegui olhar nos olhos da Nanda e se ela percebeu isso, não disse nada.

    — Mas devia ter tido a decência de pelo menos não aparecer com sua prima na frente dela. Depois de morar com o George, você tá se tornando um vacilão do caralho, Apolo — Pietro discursou, me encarando decepcionado.
    Abri a boca para dizer algo óbvio como que eu não mando nos meus sentimentos, mas a Nanda interrompeu.

    — Ah, tanto faz. Você já é bem grandinho. Felicidades, nesse caso. — Nanda tirou a camiseta e deitou na espreguiçadeira para tomar sol.

    — Eu já vou. Tenho que ir pro treino de hóquei. — Pietro se levantou. — Até mais, cara. Fala pra Lora que o almoço tava uma delícia! — Acenou e saiu sorrindo.

    Chamei eles aqui para me distrair e acabei ficando com a consciência ainda mais pesada. Me deitei na espreguiçadeira e passei as mãos no rosto. Ao meu lado a Nanda suspirou, se sentando de novo.

    — Bora lá, abre logo o jogo. — Ordenou. Fiz uma expressão confusa. — Aí Apolo, por favor. Você pode até enganar eles, mas eu? Nananinanão. — Ela cruzou os braços.
    Respirei fundo e me sentei, considerando contar a verdade.

    — O meu pai… ele me obrigou a pedir a Julia em namoro e a esfregar isso na cara da Bella naquele jantar. Ele fez a minha mãe ser demitida do emprego de garçonete e depositou uma quantia na conta dela, mas disse que só vai continuar fazendo isso se eu colaborar. — Contei. Nanda ficou boquiaberta.

Como eu era chata antes de você  Onde histórias criam vida. Descubra agora