Digamos que o Kurt não falou comigo na sexta feira e eu muito menos esperava que ele voltasse a falar comigo na segunda-feira; aquela era uma criatura que sabia guardar rancor. Mas em compensação eu usei meu fim de semana para juntar os pedaços sobre o que eu tinha descoberto sobre aquele cara – Zach até me disse que encontrou Kurt carregando o pai bêbado pra fora do bar uma vez e que tinha sido subornado por ele a não contar a ninguém.
Era um negócio muito tenso, tenho certeza, mas o problema era ter pistas e descobrir porque aquele cara era tão revoltado. E isso pelo menos era um motivo para eu continuar indo a aquela escola eu acho.
Então na segunda-feira nublada, lá estava eu tendo que enfrentar aulas chatas com aquele puto do meu lado que se recusava a me dizer até oi...Embora eu aposte que ele queria saber como eu tinha descoberto o endereço dele. Já estava até sentindo falta dele me provocando o tempo todo e até pensei em escrever uma cartinha de paz, mas acho que dessa vez não ia dar certo – ele estava realmente puto.
E por falar em puto, eu ainda tinha que dar um jeito de falar com a Ellie. Talvez aquela baixinha ruiva pudesse me dar umas boas informações sobre os segredos misteriosos do universo da família Reyes. Isso podia dar até um seriado.
Eu não estava esperando nenhum acontecimento extraordinário naquele dia( fora talvez o Kurt voltar a falar comigo) e realmente nos primeiros tempos de aula nada aconteceu.
Como sempre acontecia quando o Reyes resolvia se isolar, ele se escondia e eu até já sabia onde (culpe o Zach por me contar os lugares onde Jenny não ia me perturbar sobre meus cigarros) e como eu estava praticamente forçando ele a voltar a falar comigo resolvi procura-lo por conta própria.
Atrás da quadra ele não estava. Estacionamento também não. Atrás da sala da diretora também não...e eu cansei de procurar, ficava um longe o do outro. Mas foi ai que a Mary resolveu me ajudar – sala 223 no terceiro andar, que no caso era a sala do Adam( essa escola só era grande pra cima, talvez por falta de espaço).
E lá fui eu.
Olha, subir escadas não é legal se você é uma pessoa preguiçosa que nem eu e mesmo que você faça isso todos os dias, ainda não se acostuma muito. Mas com muita fé, coragem e força de vontade eu subi e fui até a sala 223 ver se aquela desgraça se encontrava presente. Será possível que eu ia ter que apresentar um pedido oficial de desculpas assinado pelo presidente?
O que eu vi lá podia ser bom ou ruim, depende do ponto de vista.
Lá estava Kurt com uma expressão séria e um cara que só de costas eu adivinhei ser o Adam gêmeo loiro. A porta estava entreaberta e eu dei um jeito de conseguir ver e ouvir mais ou menos o que acontecia ali pela janelinha da porta sem que eles me notassem.
— Por que você faz isso? – ele empurrou o Kurt que não respondeu. Então a porra do Adam deu um tapa nele. – Ei, eu perguntei por que você faz isso.
— O que? – Kurt perguntou sem mostrar nenhuma emoção.
— Está feliz? – mais um tapa bem forte – Por acaso ela é só sua, Reyes? Você vai usar a Aska exatamente como usou a Lana Miller naquela vez.
— Eu não sei o que voc-
— Ah, mas você sabe. Sabe que você só quer que alguém te faça sentir especial por um tempo, depois quando já tá tudo certo, você já se sente bem consigo mesmo, você larga como uma roupa velha. – cara, eu não sabia do que ele estava falando, mas magoa – Você não é nada, Kurt Reyes,nada além de um babaca. Por que você não fica longe dela, hein? Mais fácil.
— Cala a boca seu filho da puta. Você não tem nada haver entre a Aska e eu. – eu sentia que Kurt ia explodir a qualquer momento — Eu não vou fazer isso de novo, ela é especial demais pra isso.
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Butterflies and Hurricanes
RomanceTudo chega ao limite na vida de Aska Beckett quando é "convidada" á passar um tempo longe do colégio pela "quinta vez" - como se isso não significasse que estava praticamente expulsa. Agora, sendo despachada para morar com seu pai - que por sinal é...