A Festa Quase Perfeita...Quase

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Parece que um século passou até sexta feira chegar. Eu (não sei como) consegui sobreviver e não ser expulsa - por mais que eu tenha tentado arranjando brigas com a maluquinha dos cigarros - a uma semana de aulas e discursões altamente enérgicas no meio das aulas com Kurt ( estava oficialmente determinado que ele sentaria ao meu lado pelo resto do semestre, obrigado professores ). E eu saí com Adam pra conhecer a cidade depois da aula, já que eu tinha que cumprir o que tinha dito a ele.

E na verdade, ele não era tão ruim, na verdade era uma das partes mais agradáveis do meu dia.

E enfim os dias infernais passaram e me deram uma linda sexta feira. Eu fui passando direto pro banheiro do meu quarto pra tomar banho e aproveitei logo pra pintar o cabelo. Como eu já tinha muito costume e um cabelo naturalmente loiro, foi bem rápido fazer a mistura que eu tinha tido a ideia na noite anterior. Demorei bastante e acho que eu tirei o cochilo na banheira, mas também, com agua quente... No final, fiquei feliz com o resultado: ele estava azul no meio e verde nas pontas. Fiquei sinceramente feliz, nem contava que ia dar certo. Agora eu só tinha que escolher uma roupa.

Antes que perguntem, sim, eu tinha um encontro com Adam. Nada mais perfeito que levar a esquisita de cabelo colorido pra sair numa sexta à noite, ao menos numa chance de eu tentar ter alguma vida social.

E meu pai tinha saído com Mandy, pra onde eu não sei, mas deixei um bilhete na cozinha avisando que “Eu saí com um amigo. Só me incomodem se alguém estiver morrendo, por favor”.

Optei por jeans pretos rasgados com um cinto prateado , uma camiseta preta com alguns babados e meus coturnos. Incrementei com pulseiras com spikes, brincos em formato de rosas etc. Tinha terminado de fazer a maquiagem dos olhos e estava passando batom quando ouvi a campainha. Peguei minha jaqueta e desci.

─ Uau. – Adam disse, erguendo uma sobrancelha – Você está...linda. E gostei do cabelo.

─ Obrigado. – sorri – Você também.

Eu sabia que ele estava olhando minhas duas tatuagens, eu ainda estava sem jaqueta. A camiseta preta deixava á mostra o lírio Stargazer que eu tinha no ombro esquerdo, e outra seio direito, mas um pouco mais alta a ponto de ser vista, esta era uma nota musical.

Nós caminhamos até o carro – pelo que ele tinha me contado, o carro era realmente dele já que o Zach não era a pessoa mais responsável atrás de um volante - o All Star dele esmagando o cascalho da entrada. Ele estava usando uma camisa preta com as mangas enroladas até os cotovelos, um colete jeans cinza com vários emblemas de bandas e jeans rasgados.

Ai, ai, Adam...

•••

Nós passávamos pelos hotéis antigos, que havia muito estavam fechados, com tábuas de madeira cobrindo as portas de entrada e as piscinas drenadas e cheias de rachaduras. Até mesmo os fliperamas estavam fechados, os brindes daquelas máquinas com garras ainda visíveis através dos vidros embaçados. Marcas de ferrugem no alto da fachada de uma loja abandonada sublinhavam a palavra “ALGODÃO-DOCE”.

Eu podia ouvir vozes e música alta, alguma coisa parecida com Iron Maiden ( acho que era Fear of the Dark) , ecoando no ar silencioso desde que entramos naquela rua. Adam jogou o cigarro na sarjeta e me puxou para uma entrada da que era a porra de umas tabuas soltas na cerca ao redor do parque abandonado. Então seguimos e entramos naquele lugar que parecia um depósito abandonado.

Sim, ele tinha me levado num depósito abandonado quase na saída de Edgewood, onde mais parecia estar acontecendo uma festa. Uma festa onde estava tocando rock, em um lugar abandonado e totalmente maneiro.

Posso beijar esse loirinho? Quem sabe quando eu estiver bêbada.

A tinta branca das paredes estava descascando, algumas janelas estavam quebradas. A maioria das coisas havia sido coberta pelo trabalho de grafiteiros locais, adesivos de bandas e rabiscos feitos a caneta esferográfica. E lá estavam vários garotos e garotas, caixas de som, caixas e mais caixas de gelo com bebidas e muito mais coisas que eu não consegui identificar.

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