The Heirs

Capítulo IX

N/A: Conteúdo sexual na segunda parte. Caso não deseje ler, basta pular para o próximo divisor.

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A morte de Hepzibah estampava os jornais, mas não era a protagonista das notícias. Seu espetáculo póstumo foi totalmente ofuscado por uma mera mensagem tingida em seu muro que trouxe terror aos bruxos mais medrosos e supersticiosos, boatos surgiram logo no dia seguinte sobre Grindelwald ter tido um herdeiro, ou Dumbledore, e este queria reclamar seu lugar de direito no Conselho. Outros diziam ser um herdeiro de Morgana, a inimiga de Merlin, e alguns mais pragmáticos diziam ser apenas algum louco que não devia ter qualquer linhagem relevante para reclamar direitos.

De qualquer forma, estava ganhando espaço no meio bruxo, ainda era pouco e seguia anônimo, mas sua essência estava enraizando nas mentes deles, causando um incômodo suficiente para que sua amostra de revolta fosse parar na primeira página por um dia.

O evento que duraria cinco dias foi reduzido para três, a situação toda exigiu que os bruxos do Conselho fossem solicitados para cuidar das questões midiáticas, investigações e afins. Walburga e Orion voltariam mais cedo independentemente de haver obrigações políticas quanto ao caso, isso ficou muito claro quando chegaram em casa temerosos de que seu único herdeiro estivesse morto também.

Diferente de seu irmão descuidado, Regulus sempre manteve o cuidado de não se colocar em qualquer situação suspeita com Tom durante o dia antes mesmo de seus pais chegarem. Entre segunda e quarta-feira, tomavam café juntos na cozinha e conversavam, depois praticavam feitiços, poções e faziam estudos teóricos juntos, também conversando, e Regulus aceitou ser cobaia para as práticas de legilimência - uma área que despertou um profundo interesse de Tom - ao mesmo tempo que usufruía destes treinos para praticar sua oclumência. Também conversavam e seguiam dialogando até dormirem. Era fascinante o quanto tinham para compartilhar, estudos, conhecimento adquirido em viagens que Black fizera desde seus nove anos de idade, histórias sobre relíquias, heróis e bruxos das trevas que Regulus tinha certeza não chegarem aos pés de Tom com o devido preparo. Debatiam sobre suas diferentes perspectivas sobre o atual sistema, Regulus ouvia atentamente quando Tom dizia coisas que viu e ouviu das quais um bruxo da alta sociedade nunca teria contato e então, depois de tudo isso, ouvia Regulus falar sobre coisas que via e ouvia das quais um trouxa ou bruxo de baixa hierarquia social jamais teria ciência.

Conversavam e conversavam, horas a fio, sem nunca enjoar da voz um do outro, sem nunca repetir um assunto ou soar redundante. Ficavam fascinados um pelo outro, havia sintonia, nada era enfadonho e mesmo assim, com tanta comunicação, sempre que olhava para as costas de Regulus lembrava que ainda não sabia o suficiente, que as conversas raramente iam para o lado pessoal do garoto. Sempre ficava o sentimento de que Black estava ao seu lado, o coração dele estava em sua mão, mas ainda era uma figura inalcançável de algum modo.

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Grimmauld Place estava em absoluto silêncio aparente naquele domingo, o relógio marcava seis da manhã e os pais ainda dormiam profundamente, como sempre. No último andar da casa, no quarto de Regulus, suspiros podiam ser ouvidos se um ouvido curioso e muito dedicado encostasse na porta, caso contrário, nada ecoava no corredor.

O ar matinal de abril era frio, mas Thomas sentia gotas de suor pingarem de sua franja contra pontos do seu rosto enquanto observava, sentado, Regulus se movimentando em seu colo, usando apenas a velha camisa vitoriana com botões abertos, também suando como se não estivesse fazendo nove graus naquela manhã. Os movimentos eram lentos, queriam estender o máximo de tempo possível porque era a última manhã que passariam juntos até as férias de verão, Riddle queria ter certeza de que sentiria seu corpo por tempo o suficiente para não esquecer quão bom era o conjunto todo de movimentos sedentos e lentos que Regulus fazia, a forma como seus braços envolviam seu pescoço, até mesmo como seus dedos bagunçavam seu cabelo entre carícias apaixonadas e puxadas fervorosas. Não queria esquecer o quanto amava a boca dele tocando qualquer parte do seu corpo. Era uma pena não poder causar barulho algum, nos primeiros três dias descobriu que os gemidos eram um deleite de ouvir e aprendeu rápido como provocá-los sem que Black pudesse conter mesmo se esforçando.