03 - Reconhecimento

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Mais um capítulo 'pra vocês, galera. Esse, em específico, ficou bem maior em comparação aos demais, e com isso, faço uma pergunta a vocês...
Vocês preferem capítulos menores ou capítulos maiores, mais ricos em detalhes?
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   O despertador tocou de forma estrondosa e fez com que meus olhos se abrissem automaticamente, totalmente contra minha vontade. Grunhi irritada e passei as mãos no rosto, desligando o som agonizante com toda paciência que me restou. Suspirei enquanto observava o teto branco do quarto de hóspedes, totalmente limpo e sem mancha alguma. Lembrei-me de minha mãe e me peguei pensando se ela de fato havia chego em casa com segurança, visto que suas noitadas nem sempre saem como o planejado. Sempre digo para mim mesma que deixarei de me importar, que não ligarei e tampouco farei caso, mas não é assim tão simples. Mamãe nem sempre foi uma mulher tão desleixada consigo mesma. Disquei seu número e aguardei ser atendida, soltando uma lufada de ar tranquila ao ouvir sua voz do outro lado da linha.

— Alô? — sua voz emaranhada e rouca me indicou que eu havia a acordado, e com isso, imaginei a careta que ela deve estar fazendo nesse exato segundo, acabando por deixar um sorriso escapar — Se for você, John, eu ainda não tenho o seu dinheiro. Me ligue mais tarde. — meu sorriso se desmanchou no mesmo segundo.

Desliguei a ligação na cara de minha mãe e joguei o celular para o lado, irritada. Não tenho certeza, mas algo me diz que este tal de John não é algum amigo para quem mamãe pediu dinheiro.

Me levantei da cama em um pulo, em uma rajada de coragem. Caminhei até a porta do quarto e a abri, passando para o corredor. Passei lentamente de porta em porta até parar em frente ao quarto de Yuri e Yeri, observando as crianças dormirem serenamente através da fresta da porta. Após conferí-los, caminhei até a cozinha, encontrando minha tia e seu marido na sua rotina matinal.

— Bom dia! Como foi a noite de ontem? — indaguei verdadeiramente curiosa, estampando um sorriso no rosto. Puxei uma das banquetas do balcão e sentei-me direito, apoiando meus antebraços no mármore dos armários.

— Bom dia, querida. Foi ótima, aproveitamos bastante! — a mulher respondeu, sorrindo para mim antes de voltar a prestar atenção no que cozinhava.

— Bom dia, Hayan. Passou bem a noite? — Kyung desgrudou seus olhos da tela do notebook e tomou um gole do seu café — As crianças estão no quinto sono.

— Eles devem estar cansados, nos divertimos muito ontem. — ri, recordando-me das brincadeiras da noite passada.

— Isso é ótimo, eles amam quando você vem 'pra cá. — tia Mei vibrou, aumentando seu sorriso. Eu não pude deixar de sorrir também, sentindo-me acolhida.

Trabalho no apartamento da minha tia uma noite por semana, cuidando de Yuri e Yeri, meus primos. O salário é mais vantajoso do que deveria ser, e eu me sinto verdadeiramente bem aqui. Mei é irmã de meu pai e herdou todo carisma que este deixou de ter, possuindo até mesmo Kyung, que se tornou um tio incrível. Minha tia muitas vezes faz o papel que minha mãe está impossibilitada de fazer, cuida de mim e se certifica de que eu esteja bem e me alimentando. Ontem mesmo, não me deixaram ir para casa, alegando que já estava tarde. Eu fiquei, mas tive que acordar mais cedo para buscar minha bicicleta em casa.

— Diga a eles que na próxima semana estarei de volta. — me levantei, prendendo os cabelos em um coque desleixado — Vou me arrumar e sair, tenho que passar em casa ainda.

— Mas já? Coma o café da manhã primeiro. — Mei se afastou do fogão com uma espátula em mãos, vestindo seu avental e com uma expressão preocupada no rosto. Neguei, sorrindo.

— O cheiro está delicioso, mas não posso me atrasar. — balancei as mãos, dando passos pequenos para trás — Obrigada por tudo. Mais tarde eu ligo.







𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora