𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ﾠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿ

34 - Ferida aberta

Boa leitura, espero que gostem e me perdoem pela demora 🫶🏼
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    — Hm... onde será que eles estão...? — com os olhos semicerrados e um sorriso autônomo estampado em meu rosto, caminhei sorrateiramente ao redor dos arbustos, conversando propositalmente com o vento à procura dos meus primos — Atrás dessa árvore, talvez...? — me segurei para não começar a rir quando pude ver parte do cabelo comprido de Yeri, que estava delicadamente agachada ao lado do irmão atrás de um dos arbustos ao redor da árvore. Me aproximei em silêncio e, quando cheguei perto o suficiente, pulei na direção dos dois — Ou quem sabe... aqui! —, cutucando as costelas dos irmãos.

   — Que saco! Cansei desse jogo! — a garota se ergueu do gramado e pôs a mão sobre o peito, exatamente onde se localizava seu coração, encarando-me com olhos irritadiços. Seu irmão, por outro lado, não parecia surpreso de me ver.

— Eu avisei, Yeri! Devíamos ter nos escondido atrás da lixeira. — Yuri, por outro lado, encarou a irmã com uma pitada de decepção, cruzando seus braços e impondo uma certa marra. Me segurei para não apertá-lo contra meus braços de tanta fofura.

   — E ficar sentindo aquele cheiro? — Yeri observou o irmão como se ele tivesse lhe dito uma coisa absurda e apoiou as mãos no quadril, impondo certa autoridade, por sua vez — Nem que a vaca tussa!

   — Mas vocês se esconderam muito bem. Fiquei um tempão procurando, sabiam? — me agachei na frente dos irmãos até igualar nossas alturas e acariciei o rosto de ambos, lhes direcionando um sorriso amável e gentil. Esse simples gesto foi o suficiente para que os dois me retribuíssem a gentileza e abrissem um par de sorrisos, muito bem humorados, se eu pudesse intitular.

   — Fui eu quem escolhi o esconderijo. — a mais velha se vangloriou enquanto colocava as mãos para trás, se bamboleando sobre os próprios calcanhares. Demonstrei estar imensamente orgulhosa e endireitei minha postura para acariciar o topo da sua cabeça, desgrenhando alguns dos seus fios.

   — É mesmo? — ergui minhas sobrancelhas e fingi certa surpresa, apoiando minhas mãos em minha cintura.

   — Por isso fomos descobertos. — Yuri voltou a cruzar os seus bracinhos e desviou o olhar, odiando ter que admitir aquilo, pelo que parece.

   — Não fale assim, Yuri. Sua irmã não tem culpa da prima ser muito boa no pique-esconde. — sorri e apontei para meu próprio peito, erguendo meu queixo e lançando uma piscadela para a garota, que riu perante minha graça — Ninguém se esconde de mim!

   — Você é muito convencida, noona! — a risada gostosa e contagiante de Yuri alcançou meus ouvidos, o que fez meu peito se aquecer com algum tipo de sentimento antigo, no qual me senti completamente amada. Seus olhinhos, escuros e enormes, irradiavam um brilho incompreensível, e me fizeram admirá-los por alguns segundos em silêncio.

   — O que você disse, seu danadinho? — dando um pouco de atenção para o significado das suas palavras, embora nenhuma delas ter tido algum efeito negativo sobre mim, fingi estar totalmente indignada, partindo para cima do menino. Minhas mãos foram diretamente para suas costelas, a fim de cutucar seus pontos sensíveis e lhe roubar algumas boas risadas. Foi instantâneo.

   — Nada! Nada! Eu não disse nada! — Yuri, sob um efeito irrefutável de cócegas, esperneou perante minhas investidas, que em momento algum pararam de lhe atormentar. O garotinho suplicou para que eu largasse suas costelas, e após mais alguns segundos de diversão, finalmente pude ouvir ao seu pedido.

   — Tudo bem, vou acreditar em você. — recuperando o ar que perdi ao rir do seu estado, endireitei minha postura e joguei meus fios de cabelo para as costas, ditando-os como incômodos quando começaram a atrapalhar minha visão. Ao perceber que Yeri só soube rir de toda situação, cutuquei sua costela uma única vez, o que foi o suficiente para ela rir mais e se encolher perante meu toque — Agora, o que acham de tomarmos um sorvete, hum?