24 - Momento difícil

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Boa leitura e espero que gostem <3
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   Sentia meu corpo pesado e cansado após o dia anterior, sem contar a incômoda gripe que derrubou meu sistema imunológico e está me fazendo espirrar há cada dez minutos. Me abriguei dentro do enorme moletom por debaixo do blaser escolar, escondendo meu rosto no capuz e atrás da máscara descartável, a fim de evitar contaminar mais alguém. Respirar pelo nariz se tornava cada vez mais difícil, então eu fungava constantemente e irritava a ruiva em minha frente.

   — Não é melhor vocês irem ao hospital? — Yuna, que cruzou os seus braços e trocou seus olhos dentre mim e Dom, pareceu preocupada de repente, odiando nossos espirros e fungadas.

   — Médico? Só por isso? — o cabeludo ajeitou a máscara descartável em seu rosto e se endireitou sobre a cadeira, erguendo seus olhos para fitar a irmã de Minu. Eu, encostada na carteira do lado da sua mesa, cruzei os meus braços e me encolhi dentro do moletom — A gente só pegou um 'resfriadinho por causa da chuva de ontem.

   — Falando nisso, vocês devem ter um corpo bem fraco, porque o Jay tá normal. — a ruiva comentou sem pretensão alguma, observando o garoto de óculos sentado em sua cadeira enquanto ouvia Shelly falar em seus ouvidos.

    — Eu peguei chuva no caminho 'pra casa da minha tia, também, então... não tinha como me safar dessa. — lamentei, fungando mais uma vez. Não aguentei e soltei um riso fraco quando notei a feição raivosa de Yuna para cima de mim.

   O sinal do intervalo logo soou, permitindo que nós saíssemos da sala e fôssemos para o refeitório. Comemos algumas frutas e fomos para a escadaria, sentando em alguns degraus e resmungando sobre o frio. Minu não estava muito bem, assim como eu e Dom, que rimos do seu estado precário. O cabeludo decidiu ligar para Vinny e pedir que o ruivo lhe cobrisse no turno de serviço, mas pelo tanto que reclamava na linha telefônica, não estava dando muito certo.

    — Vocês já tomaram algum remédio? — June, ao ouvir Minu fungar pela quadragésima quarta vez, questionou.

   — Não. Eu fico melhor depois de uma boa noite de sono... — o ruivo respondeu sem muita vontade, nitidamente abalado. No entanto, seu tom de voz pareceu melhorar quando ele virou seu rosto em minha direção e sorriu por debaixo da máscara — Aliás, posso dormir na sua casa hoje, Aya?

   — Por qual motivo? — perguntei sem encara-lo, não dando muita importância.

   — Eu não durmo direito na casa do Vinny. Ele ronca tanto quanto o Dom, as vezes. — Minu choramingou, fazendo-me lembrar das noites barulhentas na casa do ruivo.

   — Desde que você não ronque, por mim tudo bem. — respondi, destacando sua aparição na frase. Ele sorriu, parecendo mais animado, agora.

   Brinquei com meus próprios dedos da mão e suspirei sem ter muito o que fazer, me sentindo desanimada com esse mal estar todo. Se normalmente eu já não tenho muita vontade de fazer as coisas, gripada, então, só piora.
   Um par de pés, calçados pelo chinelo escolar, apareceu em minha frente e eu franzi minhas sobrancelhas ao erguer o queixo, relaxando as expressões faciais quando notei ser Jay.

   — Você precisa se cuidar mais. — acompanhado do seu aviso, seu braço se estendeu e na sua mão estava uma pequena caixa de comprimidos para a gripe, fazendo-me sorrir sem nem ao menos perceber. Eu encarei o escuro dos seus olhos, pensando comigo mesma nas diversas vezes em que, na verdade, ele quem cuidava de mim.

   — E você de se preocupar menos. — rebati, permanecendo com o sorriso bobo nos lábios — Obrigada. — peguei a caixinha da sua mão e examinei o remédio, notando quando o garoto de óculos se sentou ao meu lado e começou a ler mais um dos seus livros.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora