𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ﾠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿ

13 - Sentimentos

Boa leitura e espero que gostem :3
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   — Então, vocês querem mesmo morrer?! — franzi as sobrancelhas e apertei meus olhos com força, apoiando meus braços sobre a mesa e minha testa sobre o antebraço. Minha testa ainda latejava com a dor da noite passada, e ouvir Shelly gritar com os meninos não ajudava em nada. Remédio algum me ajudou com enxaqueca — Quem foi? Qual dos dois imbecis colocou aquela porcaria na bebida? — a loira imprensou os dois garotos nos armários do fundo da sala e continuou a gritar, raivosa — Desembuchem! Eu vou precisar falar com o vovô?

   — Não...! Foi só que... era aniversário do Jay... então eu quis preparar um drink de aniversário... e eu meio que queria vê-lo perdendo a cabeça... então... — Dom tentou se explicar, nervoso sobre o olhar fulminante da estrangeira — Mas... aí você de repente pegou da minha mão... e-...

   — É-É... e eu nem fiz parte disso. Eu só ajudei ele! — Minu tirou o seu da reta, ou pelo menos achou que estava fazendo isso. Deixei uma risada melancólica sair dentre meus lábios e ergui minha cabeça, virando o pescoço para observá-los sobre o ombro.

   — Isso quer dizer que você também participou, idiota. — comentei no tom certo, fazendo-os desviar os olhos de Shelly para prestarem atenção em mim.

   — Foi por isso que vocês puseram aquele licor estupidamente forte na bebida?! — vociferou a garota, elevando mais o seu tom de voz. Eu formulei uma careta espontânea, repousando minhas mãos sobre meus ouvidos.

   — Por que vocês fazem tanto barulho, mesmo depois de o sinal tocar?! — o professor passou pela porta da sala e deixou seu notebook em cima de sua mesa, sem nem ao menos checar para ver quem gritava tão alto. Não era novidade para ninguém que se tratava de Shelly.

   — Eu também queria muito saber, professor... — comentei comigo mesma, retornando a deitar minha cabeça sobre meus braços.

   — Por que você está usando um capacete em sala? — não precisei erguer minha cabeça para saber de quem o professor se referia, visto que o garoto de óculos usava seu capacete desde o momento em que o vi se sentar em seu lugar. Estiquei meus lábios em um singelo sorriso ao perceber que Jay havia, de fato, gostado do seu presente, afinal.

   — Como é que é?! — quase gritei ao ouvir toda explicação de Mia, que se dispôs a me contar o que havia acontecido na noite anterior. Meus olhos se arregalaram assim que ela começou a falar, e permaneceram da mesma maneira até o momento em que descobri o que havia feito. Imediatamente senti uma vergonha descomunal — Eu não acredito que fiz isso... tá explicado o por que do Jay estar me olhando estranho.

   — Bem, a culpa não foi sua. A Shelly estava tão bêbada quanto e te puxou sem nem ao menos perceber. — a de cabelos curtos sorriu, tentando amenizar o que minhas expressões deixaram claras. Vergonha — Eu tenho certeza de que o Jay sabe disso.

   — Eu não tô preocupada com isso... — murmurei, abraçando meu próprio corpo. Desviei meus olhos para o jogo dos meninos logo em frente, que corriam de um lado para o outro e repassavam a bola de basquete dentre si. Observei o garoto que permanecia com seu capacete, que parecia avoado e não sabia como jogar. Soltei uma risada nasal sem perceber.

   — F-Foi... o seu primeiro beijo? — girei meu pescoço para encarar Mia e notei suas bochechas ruborizadas, deixando evidente sua timidez ao me fazer tal pergunta. Eu sorri para reconforta-la, tocando seu ombro com uma de minhas mãos.

   — Não, não foi. — desmanchei meu sorriso, retornando a observar Jay. Apontei para o garoto com a ponta do meu queixo e deixei a garota encontrá-lo com os olhos, prosseguindo baixo — Mas temo que tenha sido o dele.