22 - Conversas duras

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Desculpem-me a demora :)
Boa leitura e espero que gostem :3
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Acordei um pouco mais tarde hoje de manhã e vesti meu uniforme escolar, tampouco dando importância para as aulas perdidas. Sangho me enviou uma mensagem ontem a noite e me chamou para tomar um café, e eu aceitei porque não aguentava mais o mistério por detrás da sua visita inesperada. Pretendia ir a escola após nossa conversa.

   Caminhei calmamente pelas ruas bem movimentadas e entrei no badalado café da cidade, admirando seu interior e o clima aconchegante. Pude enxergar o homem de cabelos brancos sentado no fundo do estabelecimento, com seu típico terno bem passado. Respirei fundo e me aproximei, deixando minha mochila ao lado da cadeira quando me sentei.

   — Espero não tê-lo feito esperar muito. — foi a primeira coisa que eu disse quando apoiei minhas mãos sobre a mesa amadeirada, observando o homem sentado em minha frente com um singelo e inocente sorriso nos lábios, mentindo descaradamente. Eu estava atrasada, mas no fundo havia feito de propósito.

   — Não estou aqui há muito tempo. — ele assegurou, interlaçando seus dedos sobre a mesa enquanto esboçava o mesmo sorriso pequeno nos lábios. Seus olhos vasculharam meu uniforme e ele se apressou a dizer, esboçando um pingo de preocupação em sua voz — Espero não estar te atrapalhando.

   — Não se preocupe, a escola pode esperar. — lhe reconfortei, desviando meus olhos dos seus quando notei uma garçonete se aproximar com seu bloco de notas.

   — Bom dia! O que gostariam de pedir? — a garota de cabelos claros e olhos escuros sorriu gentilmente e nos observou, aguardando pacientemente pela nossa resposta. Eu olhei para minhas mãos e esperei que Sangho fizesse seu pedido.

   — Um café preto. Simples, sem açúcar. — o homem proferiu calmamente, aguardando com que a garçonete anotasse devidamente seu pedido. Seus olhos retornaram a mim e eu me direcionei à garota, sorrindo para cumprimentá-la.

   — Um cappuccino. Com bastante creme, por favor. — pedi, sorrindo uma última vez para a garota quando ela terminou de anotar meu pedido e se afastou. Ficamos em silêncio por alguns segundos.

   — Então, como estão indo na competição? — sem pretensão alguma, o homem de cabelos brancos se recostou nas costas da cadeira e tombou sua cabeça para um dos lados, demonstrando interesse em meu time. Eu pensei por alguns segundos em como lhe responder, lembrando-me do seu nome incluso dentre os dos demais organizadores.

   — Estamos indo bem, na verdade. — respondi com toda convicção que pude encontrar para aquele momento, detestando parecer incerta na frente de alguém tão rígido sobre as habilidades com a bike. Ele assentiu de vagar e observou ao redor — O pessoal no meu time é bem diverso.

   — Não tenho dúvidas. Com você no time, não deve ser muito difícil. — o homem sorriu e retornou com os olhos em mim, inclinando-se sobre a mesa e apoiando suas mãos interlaçadas, novamente — Seu pai te ensinou muito bem, afinal.

  — Somos um todo. — reformulei minhas últimas palavras e não permiti que ele menosprezasse meus companheiros de equipe, franzindo meus olhos em sua direção antes de qualquer outra coisa. Me surpreendi quando ouvi sua risada repentina, que pareceu se divertir com minha reafirmação.

   — Não diminua seu potencial, Hayan... você é muito boa no que faz. — ele me elogiou e eu franzi minhas sobrancelhas, desconfiada — Quando eu descobri que você estava participando da lista de corredores, eu fiquei realmente surpreso... não achei que uma garota como você estaria em corridas de rua, competindo por um valor tão... escasso.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora