Boa leitura e desculpem-me os erros :3
__________________________Haviam se passado dois dias desde o primeiro treino. Melhorávamos dia após dia, levando em consideração o tanto que o diretor pegou no nosso pé.
Dom melhorou suas habilidades em um piscar de olhos, conseguindo me ultrapassar com um pouco menos de dificuldade, agora.
Eu me sentia um pouco mais eu mesma nesses últimos dias, voltando a treinar e participar de uma competição. Era como voltar a uma antiga vida.
Ontem, quando terminamos o treino, o diretor encerrou a suspensão e disse que hoje poderíamos retornar à rotina de aulas. Porém, havia uma condição.
Jay foi até a casa da Shelly e tentou animá-la, visto que a loira se trancou no quarto e não frequentou as aulas enquanto o garoto também não ia. Ela veio à escola, mas somente porque Jay concordou com sua condição de "namorá-la" por uma semana. Quanto a isso, eu teria algumas opiniões a dividir, mas seria melhor ficar na minha.Eu estava com tanto sono que mal me aguentava em pé. Ontem a noite, quando cheguei em casa depois de um dia cheio e cansativo, discuti com a mamãe, mas nada que fugisse muito do nosso habitual. Ela tem sua própria maneira de lidar com a ausência do meu pai e, por mais que eu jamais pudesse concordar com isso, o etilismo foi sua válvula de escape em uma situação de merda, então eu só preciso aceitar que essa é a nossa realidade agora.
Eu preferi sair e dar uma volta na rua, para esvaziar a cabeça, só para não acabar dizendo algo que fosse me arrepender depois. É esse o real problema em nossas brigas, uma é mais impulsiva que a outra, então alguém sempre acaba saindo ferida; a diferença é que eu aprendi isso na marra.
Eu sabia que ficar lá, dizendo o quanto ela parecia irresponsável e inconsequente, não resolveria nenhum dos meus problemas, serviria apenas para magoá-la e dá-lá mais um motivo para beber no fim do dia. Maya é uma bomba relógio, qualquer movimento indevido e ela explode, soltando seus fragmentos.
Encontrei uma loja de conveniência aberta àquela hora da noite, então resolvi entrar para passar o tempo, nem que fosse para comprar alguma besteira e me empanturrar com minhas mágoas.
Comer comidas saturadas ou que fugissem do meu antigo cronograma alimentar era algo que me deixava entorpecida, primeiro porque sentia que fazia a coisa errada, e segundo porque eu não poderia me aguentar de felicidade em estar finalmente solta das amarras. Meu pai me privou de muitas coisas nessa vida, inclusive a comida, e eu não sei onde eu estava com a cabeça para culpar o ciclismo.
Quando entrou a madrugada, e a raiva deu espaço para o sentimento de culpa, eu resolvi voltar para casa, motivada a me desculpar pelas atrocidades que falei, mas encontrei o apartamento vazio.
Fugir talvez fosse a minha válvula de escape no primeiro momento de tensão, mas no final eu sempre acabava voltando. Essa é mais uma das diferenças entre mim e minha mãe.Hoje pela manhã, os corredores da Sunny estavam lotados de alunos, como normalmente costumavam estar. Minhas mãos estavam enfiadas dentro dos bolsos do casaco da escola e meu rosto sendo substituído por uma careta infeliz, nitidamente notável pelo mundo externo. Me sentia suja e mal arrumada no meio das pessoas, por mais que tivesse feito todo o possível para me fazer sentir bem. Como não dormi muitas horas, tomei um banho demorado e limpei bem o meu rosto para receber uma maquiagem leve, que escondesse um pouco das minhas falhas e não demonstrasse tanto a péssima pessoa que eu me sinto por dentro. Mas acho que não desempenhei bem esse papel.
Caminhei normalmente entre meus colegas, parando para observar e reconhecer os meninos logo mais à frente, parados no meio do corredor. Eu admiti que não era da minha vontade encontrá-los nesse estado, mas não tinha para onde fugir. Quando cheguei mais perto, logo às suas costas, pude ouvir parte da conversa, notando o direcionar apático do diálogo.
— Você sabe que foi demitido do cargo de presidente do conselho estudantil depois de acabar com a reputação da nossa escola naquela briga, não sabe? — Um garoto moreno e de baixa estatura mantéu uma feição de puro deboche em seu rosto, cruzando seus braços e empinando seu nariz protuberante na direção do Jay. Reparei bem na faixa chamativa enrolada em um dos seus bíceps, que grafava em letras exageradamente grandes seu posto como novo presidente de classe, lugar que antes pertencia ao moreno de óculos no meu time. Meus orbes subiram pelas costas largas de Jay e foi impossível não imaginar o quanto ele estaria abalado por dentro, por mais que sua postura e fisionomia não me mostrassem nada do que estivesse sentindo.
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𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿ
FanfictionNessa adaptação do Webtoon de "Wind Breaker" leremos sobre a vida de Hayan Lee Herman, uma ciclista em ascensão que busca por conhecimento. Filha de um dos ciclistas mais famosos e habilidosos de todo o mundo, a adolescente lida com os fardos da car...