05 - Atitude

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Boa leitura e desculpem-me os erros :3
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— O que você quer? — sem muita enrolação, fui direto ao ponto, cortando sua animação. Papai pareceu magoado e resmungou, suspirando do outro lado da linha.

Oras, eu não quero nada. — ele assegurou, rapidamente — Um pai não pode ligar para a filha para ver como ela está?

— Eu tô ocupada, então... tchau. — menti, afastando o celular do ouvido.

Espera! — ouvi seu grito no ar, impedindo-me de finalizar a ligação. Por mais que não quisesse admitir, estava curiosa para saber o que ele realmente queria — Prometo que serei breve.

— Você tem um minuto! — afirmei, colocando a chamada no viva-voz.

Eu recebi um convite da organização de uma corrida que vai acontecer aí na Coréia, me chamaram para ser um dos organizadores. — franzi as sobrancelhas enquanto caminhava rapidamente para o quarto, correndo para ligar o macbook — Pensei que, ao invés de comandar as coisas daqui, eu poderia ir para a Coréia e lhe apoiar na competição.

— Eu não vou competir. — revelei ligeiro, digitando minha senha no computador. Abri o Safari e pesquisei sobre a corrida, achando a página do facebook e conferindo os organizadores no cartaz. Arregalei meus olhos ao perceber que o nome de meu pai estava lá, exatamente como ele havia dito.

Ora, pare de besteiras, é claro que você va-... — lhe interrompi ligeiro, retirando do viva-voz e retornando a encostar o celular no ouvido.

— Não, eu não vou! Se quer tanto ganhar mais uma competição estúpida, corra você. — vociferei impaciente, batendo com a palma da mão sobre a escrivaninha do quarto — Eu não vou mais ganhar prêmios para o seu sobrenome! Se algum dia eu resolver correr, correrei por mim, correrei com o sobrenome que realmente sinto orgulho em ter.

Você nunca correu por mim, Hayan, correu porque era o que te fazia sentir incluída; porque se não corresse, você não era ninguém. — Tom esbravejou na linha, cuspindo as palavras no meu ouvido — O meu sobrenome te fez ser alguém, e você gostava disso, você gostava de ser alguém.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, nós dois ficamos. Eu não sabia o que responder. Por um lado ele estava certo, eu realmente tinha medo de não ser ninguém, mas construí meu nome da forma errada; com a pessoa errada.

— Você só se importa com isso, não é? — eu sorri sarcástica, sentindo meus olhos lacrimejarem — Você só se importa com suas malditas corridas. É 'pra isso que você vive. — comentei, enojando as expressões do meu rosto — Não é atoa que você foi atrás de merda, é o que te atrai.

Sem aguardar resposta, desliguei a chamada, totalmente enfurecida. Joguei meu celular para longe em um ato de raiva, logo percebendo o que eu havia feito. Corri até o aparelho e conclui que havia o estragado, tendo em vista seu estado. Soquei o chão em que estava ajoelhada e chorei de raiva, fingindo enxergar o rosto de Tom no carpete do quarto. Eu queria lhe provar que estava errado, que eu era alguém e não precisava dele para isso. Porém, minhas habilidades, minhas técnicas, tudo havia sido ele a me ensinar, coisa que dificulta meu argumento ao me defender. Eu não sabia o que fazer, mas tinha total noção do que eu era capaz de fazer.













Após um final de semana lento e tedioso, resolvi faltar a aula no iniciar da semana para resolver algumas coisas, comparecendo na escola no final da tarde apenas para tratar de um assunto urgente com os membros da equipe. Eu aguardava na saída da instituição ao lado da minha mais nova bicicleta, com os braços cruzados e impaciente com tanta demora. Um trio de garotos também aguardava do outro lado da rua. Ao longe, pude avistar Mia e Yuna, que se aproximavam de cabeça baixa e pensativas. Quando perceberam minha presença dentre tantos alunos, sorriram.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora