31 - Será...?

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Boa leitura e espero que gostem!
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   O domingo havia finalmente chegado, juntamente do frio, que se alastrou pelas montanhas. Já era noite e todos haviam tomado uma ducha para retirar o suor de um longo dia de treino, piorando a sensação gélida ao descobrirmos que a água quente não chegava até aqui. Quase arrepiei o banho, mas não pude escapar do chuveiro.
Quase ao ponto de bater o queixo, esfregava de forma apressada a toalha em meus fios de cabelo, desejando deixá-los menos úmidos para enfim poder apagar no travesseiro. Não tinha o costume de dormir com o cabelo molhado, mas nessas condições, sem acesso a um secador, não tinha muitas opções.

Urgh... que frio... você não tá com frio, Vinny? — estático ao lado do outro ruivo, Minu abraçou seu próprio corpo e esfregou seus braços para tentar se aquecer, não tendo muito sucesso. Por uma fresta da toalha, examinei o garoto de 1,90 e arregalei os meus olhos ao notar seu tronco coberto apenas por uma regata de alças finas, sentindo meus pelos se eriçarem apenas de imaginar o gelo que seu corpo estava.

— Não. Em casa eu tomo banho com água gelada. — se antes já estava agoniada, agora parecia que eu estava na sua pele, sentindo a friaca bater muito mais forte do que já estava. Sua indiferença ao responder o mais baixo dos ruivos me fez questionar sobre sua existência, podendo imaginar um robô por trás de tanta pele e músculos.

— Você devia pôr um casaco, idiota. Por mais que não esteja com frio, pode pegar um resfriado. — sem conseguir me segurar, retirei a toalha da cabeça e ligeiramente mirei em sua cabeça antes de arremessar o tecido, sendo pego no ar antes mesmo de acertar o alvo. Além de bom ciclista, tem bons reflexos. Vinny jogou a toalha sobre os ombros largos e pouco se importou com meu conselho, não aguentando sustentar meus olhos raivosos.

— Estão todos limpinhos? — mais risonho do que normalmente costuma estar, o monge se aproximou com passos leves e curtos, segurando suas mãos atrás das suas costas. Um sorriso permaneceu estampado no canto dos seus lábios e seus olhos se fecharam em contramão, até ele prosseguir — Falando nisso, vocês não tem escola amanhã? Arrumem logo suas coisas.

— Senhor, nós vamos faltar. — Miu desistiu de tentar se aquecer e jogou a toalha para cima da cabeça, virando-se para o monge e explicando-se como um todo — Nós decidimos treinar o máximo que pudermos até a corrida.

— Se não tiver problema 'pro senhor, é claro. — acrescentei, fazendo questão de conferir sua resposta enquanto caminhava despreocupada até o ruivo encrenqueiro. O monge assentiu vagarosamente, não parecendo se importar com a nossa estadia.

— Dizem que a persistência é mais importante que a intensidade. — o careca comentou, a fim de ouvir o que o monge pensava sobre isso. Eu queria parar e ouvir o que o senhor poderia nos dizer quanto ao comentário do meu amigo, então busquei pela minha toalha estirada no ombro de Vinny e nem dei importância para sua feição irritadiça, me apressando a levar o tecido até os cabelos, novamente. Contudo, notei que seus fios estavam tão molhados que chegavam a pingar, então nem pensei muito quando fiquei no meio das suas pernas e esfreguei a toalha em sua cabeça, percebendo o exato segundo em que ele se sobressaltou sobre o banco em que estava sentado e fez menção para retirar minhas mãos de perto de si, mas não facilitei. Com uma das mãos estapeei seu braço e lhe repreendi quanto a sua teimosia, não permitindo que ele me atrapalhasse — Então nós queremos focar no treinamento nos últimos dias.

— Nós vamos pegar o ônibus cedo pela manhã. — me deixando um tanto quanto decepcionada, o monge nem sequer abriu a boca para dizer algo, deixando brecha para que Yuna trocasse olhares com Mia e comentasse sobre o plano para amanhã. Enquanto isso, o ruivo em minha frente segurou firmemente em meus pulsos – preocupando-se em tomar cuidado com o lesionado –, afastando-os da sua cabeça.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora