36 - Arrependimento

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Eu sei, eu sei... demorei para um cacetinho! Mass, estou de volta xD
Esse capítulo tá um amorzinho, na minha opinião, cuidem bem dele :3
Boa leitura, espero que gostem!
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É insuportável a maneira como eu sempre acabo voltando atrás com as minhas palavras. Nem sempre porque eu quero, mas principalmente porque preciso. Eu me considero uma pessoa rancorosa, até certo ponto, mas jamais deixo de sentir aquilo que os outros me direcionam.

Minu é um amigo importante para mim e, querendo ou não, sempre estarei me preocupando com seu bem estar, embora as circunstâncias. Não foi diferente quando Jay me ligou e deu a triste notícia de que a mãe do ruivo havia falecido, e eu não pensei duas vezes antes de me aprontar e ir em direção ao velório. Nesse momento, eu pouco dava importância para as diferenças que nos separavam, pouco me importava com seus erros ou com suas atitudes, independente de tudo eu sabia que ele precisaria de todo apoio que pudesse receber; só tive receio de que fosse menosprezar o meu.

Receosa, um pouco preocupada sobre como ele reagiria com minha presença, caminhei vagarosamente até a capela e encontrei meus colegas de time, todos reunidos ao redor do mais baixo dos ruivos, dando-o o apoio que precisava. Eu não quis atrapalhar, na minha cabeça eu nem sequer era bem-vinda, por isso me mantive longe, mas não pude retirar meus olhos de Minu. Eu não precisei analisar seu estado para saber o quanto estava abalado, embora no seu rosto não restasse nada, muito menos emoções expostas. Uma pontada de preocupação atingiu meu peito e eu jamais quis tanto correr em sua direção e lhe apertar contra mim, oferecendo todo o apoio que eu tenho para lhe oferecer. Mas eu não podia; eu não me permitiria.

   Presenciei a chegada do seu pai e da sua madrasta, os quais Minu não gostaria de ter a presença, coisa que lhe fez ficar revoltado e naturalmente manda-los embora; mas não lhe deram ouvidos. O ruivo ameaçou ir para cima do próprio pai, e isso me quebrou o coração, por mais que as vezes sinta a mesma vontade. O garoto, em uma tentativa de se acalmar e manter o respeito no velório da mãe, resolveu se afastar e ir para o lado de fora, soltando lufadas de ar, irradiando parte da raiva que sentia. Eu aguardei alguns segundos e pensei muito durante esse tempo, pensei e repensei sobre ir e fazê-lo companhia, e embora que meu subconsciente me dissesse para ficar onde estou, minha intuição mandou segui-lo, então eu fui.
   Com as mãos guardadas no fundo do blaser, girei sobre os calcanhares e me encaminhei até o lado de fora, sem que ninguém me notasse. Ao longe pude ver Minu sentado em um banco, nitidamente destruído, emocionalmente e fisicamente. Ele escondia o rosto nas mãos e me impossibilitava de lhe olhar nos olhos, mas ainda assim me aproximei e sentei vagarosamente ao seu lado, sem alerta-lo sobre a minha chegada. Fiquei dessa maneira por alguns segundos, apenas ouvindo suas lufadas de ar diminuírem com o passar do tempo, até o momento em que resolvi tocar em seu ombro e avisá-lo sobre a minha presença.

   — Ei... — meus dedos se afundaram levemente no ombro do seu paletó, onde imediatamente comecei a massagear o local receosamente com o dígito do meu dedão. O ruivo se assustou com meu gesto e minha chegada, então se sobressaltou para o lado contrário e acabou com aquele contato, me encarando um pouco perdido. Quando ele percebeu que se tratava de mim, relaxou suas feições, mas não voltou a se aproximar.

   — O que faz aqui? — com a testa franzida e fundas olheiras abaixo dos seus olhos, Minu voltou a posição anterior e apoiou seus cotovelos em seus joelhos, brincando com seus próprios dedos ao entrelaçar suas mãos. Um pouco deslocada, escondi minhas mãos entre a parte interna das minhas coxas e observei o ambiente ao nosso redor, momentaneamente perdida ao me questionar sobre o que eu pretendia fazer aqui — Pensei que não fosse vir... — mas seu tom sereno e quase desapontado me fez lembrar dos reais motivos, contudo.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora