14 - Irresponsabilidade

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Boa leitura e espero que gostem :3
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   Observei a pequena casa de longe e aguardei que os meninos alarmassem nossa chegada, visto que o ruivo encrenqueiro estava atrasado e não dava sinal de vida. Cruzei meus braços abaixo dos seios e suspirei sem muita paciência, irritada com a falta de responsabilidade de Vinny. 

— Ei! Vinny! O que você tá fazendo?! Perdeu a hora de novo? — cansado de tanto esperar do lado de fora, Minu bateu na janela da casa e deu um passo para trás, a fim de gritar mais alto — Ei! Acorda! Tá dormindo? Tá arriando um?

— Não grita, idiota! A mãe dele pode tá aí. — franzi as sobrancelhas e tapeei a nuca do ruivo, fazendo-o resmungar perante a dor.

— Para de apressar. Ele vai acabar se prendendo se você ficar importunando ele no meio do alívio matinal. — Dom falou propositalmente mais alto para provocar a mim e ao ruivo dentro da casa, que no mesmo segundo abriu a janela, dando um susto em Minu que iria bater novamente.

— Calem a boca! Já tô saindo, então esperem! — Vinny colocou a cabeça para fora da janela e repreendeu os dois meninos, que automaticamente deram um passo para trás. Eu levei meus olhos até seus fios avermelhados, notando estarem mais desgrenhados do que seu habitual. Desci minha atenção para seu peitoral e ombros, notando seus músculos aparentes pela regata branca. Rapidamente retirei meus olhos de si, repreendendo-me.

— São seus amigos, Vinny? — ergui meus olhos novamente quando ouvi a voz de uma mulher, soando baixa e serena. Encarei-a sem muita pretensão e deduzi que se tratava da mãe do ruivo, que não pareceu gostar quando a mais velha lhe empurrou para ter espaço na janela. Me senti tímida de repente, quando sua atenção se focou em mim — Uma... garota...?

— A-A senhora é mãe dele?! — surpreso com a aparição da mulher, Minu arregalou os seus olhos e recuou, mais uma vez, piscando ligeiro. Eu lhe dizia silenciosamente que havia avisado.

— Bom dia! — nós três, em um movimento sincronizado, nos reverenciamos perante a mais velha, em um sinal de respeito. Ela sorriu e encarou o filho, parecendo contente.

— Sentimos muito pelo alvoroço. Espero que não tenhamos lhe acordado. — ergui minha cabeça e me desculpei por um todo, esticando meus lábios em um sorriso sem jeito.

— Não, não se preocupe, nós já estávamos de pé. — ela assegurou, passando as mãos em seu cabelo. Ao retirar sua franja da frente do seu olho, evitei uma expressão surpresa ao reparar na enorme cicatriz que cobria boa parte do seu rosto, fazendo-me desviar os olhos. Diferentemente de Dom, que encarava abismado. Bati com meu cotovelo na lateral do corpo do cabeludo, obrigando-o a disfarçar — Não querem tomar café? Posso preparar algo 'pra vocês.

— Não precisa, já estamos de saída. — Vinny avisou sem antes mesmo dar a oportunidade de um de nós falar, se apressando para fechar a janela — Esperem aí.

   — Grosso do caralho... — resmunguei baixinho comigo mesma, guardando minhas mãos nos bolsos do casaco e caminhando até o carro, sem a mínima vontade de esperar pelo ruivo.









   — Ah... meu corpo tá tão rígido! — Shelly esticou seus braços e alongou seu corpo, esbanjando um enorme sorriso no rosto. Eu, por outro lado, estalei minhas costas e bocejei sonolenta, me recuperando do cochilo que tirei durante o percurso até a competição.

   Observei ao redor e dessa vez não me surpreendi com a quantidade de pessoas, mas o número de ciclistas que me encaravam aumentou consideravelmente após as preliminares. Respirei fundo e ajudei os meninos a retirarem as bicicletas do carro, examinando a minha em específico, como um hábito saudável. Sempre devemos conferir se está tudo certo antes de uma competição.

𝗛𝗢𝗟𝗘 𝗜𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗧𝗥𝗔𝗖𝗞ᅠᵂᴵᴺᴰ ᴮᴿᴱᴬᴷᴱᴿOnde histórias criam vida. Descubra agora