Part 6: Ela é Caos

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Acordei bem mais cedo do que acordo normalmente, estava esperando algo como arrependimento, já que acabei acordando na cama da Andrea Herreira, e o pior, completamente nua. A garota ainda dormia serenamente, com o seu busto exposto, em seguida, cobri com o lençol. Fiz movimentos bem cautelosos no quarto para não acorda-la, foi difícil achar minha roupa, mas depois de muita procura, encontrei. Eu havia esquecido que com a Andy as coisas eram bem selvagens. Voltei para o meu dormitório, as aulas só começariam daqui a uma hora e meia, e era o tempo que eu tinha, para tomar um banho e um café bem forte. Ao entrar, acordei Cristina com o barulho da porta que logo se sentou na cama me enchendo de perguntas.

-Eu percebi que não dormiu no dormitório- Disse ela coçando os olhos e bocejando

-Serio? Você percebeu isso sozinha? - ironizei

-Está fazendo até piadinhas. A noite foi boa. Me conta.

-A noite foi com a Andy.- Disse jogando meu corpo na cama

-O que? Mas eu vi você indo para a casa da McHottie

-McHottie? Enfim... Sim, eu fui. Mas quando eu cheguei, adivinha quem atende a porta? O noivo dela

-O noivo? Nossa, eu imagino sua cara na hora.

-Eu fiquei sem reação

-Aparecer aquela hora na porta da professora é bem constrangedor.

-E o pior que ela vai saber que eu estive lá. Mas eu não quero falar com ela! Ela me beija, e depois foge sem dar explicações?

-Talvez ela esteja confusa tanto quanto você

-Bom, seja o que for. Eu vou deixar pra lá.

-E a Herreira?

-O que tem?

-Como aconteceu?

-Eu a encontrei no caminho para cá. Então, resolvi corresponder as invertidas dela. Sei lá. Sabe? Vê o que rola.

-E você dormiu de conchinha com ela?

-Talvez

-E foi somente isso?

-Talvez

-Ah, qual é Meredith? - Perguntou Cris extremamente curiosa para saber o que houve noite passada

-Nós transamos! - Ainda esperei um arrependimento após essa frase, porém não chegou.

-E como vai ficar daqui para frente? Vocês duas?

-Como vai ficar? Vai ficar como sempre foi. Eu deixei bem claro a ela que precisaríamos ter calma.

-Ah, eu ia esquecendo. Chegou uma encomenda para você

-Encomenda? Deve ser da minha irmã.

-Não sei, não veio com endereço.

Levantei da cama, e Cris se dirigiu até o banheiro, caminhei até a escrivaninha, havia uma caixa retangular com meu nome escrito em letras perfeitas. Ao abrir, um celular. Quem poderia me dar um celular? Eu estava sem, porém, as únicas pessoas que sabiam do ocorrido até agora, eram Andy, Cristina e Addison.

Addison? Encontrei um papel no fundo da caixa e abri-lo rapidamente.

"ESPERO QUE ACEITE. IMAGINEI QUE ESTARIA SEM CELULAR DEVIDO AO QUE ACONTECEU, E EU ME SENTI COM VONTADE DE AJUDAR."

ABRAÇOS A.MONTGOMERY.

O que ela estava pensando? E porque diabos ela se achou no direito de me dar presentes agora? Troquei de blusa rapidamente e desci as escadas, com a embalagem na mão, não sabia onde encontrar a Addison. Mas fui direto até a sala dos professores que ficava quase no final do prédio, alunos não costumavam circular, apenas os professores, foi quando eu senti um puxão no braço e quando eu notei, eu estava em uma salinha, extremamente apertada e com pouca luz, cheio de vassouras e matérias de limpeza, e talvez eu estivesse com quem eu deveria estar.

-Ficou maluca? - Disse irritada - como você sabia que eu estava passando?

-Eu vi você vindo no final do corredor - Addison me fitava com um olhar doce

-Sem mais delongas - disse - o que isso significa? - Mostrei a embalagem

-Bom, parece um celular...

-Eu sei que é um celular, Addison. Mas porque você me daria um?

-Você estava sem. Resolvi ajuda-la.

-Ajudar? Eu não posso aceitar isso 

-Porque não? É um Iphone!

-Eu sei. Mas eu na...

Addison me calou com um beijo feroz e ardente, mas que logo interrompi

-Você precisa parar com isso, agora!

-Então porque correspondeu? - Perguntou

-Eu não correspondi.

-Eu sei que foi em minha casa ontem.

-Eu precisava conversar sobre a matéria. Estou com dificuldade - disse sem jeito, mas como não sei mentir, gaguejei

-A meia noite?

-A sua matéria é difícil. Aliás, eu peço perdão por ter interrompido algo com o seu noivo

-Eu precisava falar sobre ele com você

-Você não precisa - alterei- você é praticamente casada e está me deixando confusa com esses seus prepentes.

-Eu não sou casada, quer dizer...

-Addison, eu não preciso de explicações. Eu não quero explicações. E eu não preciso dos seus presentes - empurrei a caixa em seu peito e deixei a sala, a deixando para trás.

Addison era confusa, e eu não me meteria no meio de seu casamento. E ainda era, minha professora. Mas o que estava acontecendo? Eu então estava tendo um caso com a minha professora? Eu estava cheia de pensamentos confusos e eu senti um alivio quando encontrei Cristina, ao voltar para o dormitório.

-Viu um fantasma? - Disse ela se arrumando para ir a aula daqui a pouco

-Quase. Acabei de encontrar com a Addison

-Sabia que ela me perguntou de você, ontem? Pelos corredores. Queria falar com você, então disse que estava sem celular

-Inclusive, o celular que eu ganhei, foi dela.

-Jura?

-Sim

-Vocês estão tendo algo? Meredith... você pode me falar. Eu sou sua melhor amiga.

-Não estamos. - Houve uma pausa e um grande suspiro meu - eu não sei, encontrei ela e acabamos de nos beijar, depois eu surtei e vim embora. Ela é caos, Cristina. Mais ao mesmo tempo que é caos é calmaria. Eu não sei o que fazer.

Cristina sentou ao meu lado na cama, e colocou as mãos em minhas costas. Ficando em silencio, pois ela me conhecia melhor do que minha própria irmã e naquele momento eu estava travando uma briga interna com os meus sentimentos. Em seguida, fomos para a aula de Addison, que de vez ou outra me fitava. Nossos olhares eram tão intensos que as vezes Addison se perdia, ela era uma ótima professora, acessível aos alunos, todos a idolatravam.

Mas era rígida quando precisava causando medo em alguns. Sua aula foi ministrada perfeitamente, mas ao final dela fomos informados do baile formal que os alunos, juntos com a coordenação e professores sempre faziam para a chegada do inverno. Era como uma imitação do ensino médio, aqueles bailes de primavera e etc... Em Harvard tínhamos o baile de inverno que aconteceria essa noite. Corri para o shopping com Cristina naquele dia, afim de encontrar um vestido e um celular novo;

De compras feitas e celular novo comprado, nos arrumávamos no quarto ao som de uma música qualquer, quando dois toques soavam na porta ao abrir, Andy estava deslumbrante com seu vestido preto, não era longo e nem curto. Era perfeito, fui recebida com um beijo na boca, e convidada a acompanha-la nessa noite, porém, havia uma opinião formada em minha cabeça para essa noite, falaria com Addison custe o que custar, a ouviria e acertaria essa história essa noite de uma vez por todas.

𝚀𝚞𝚎𝚛𝚒𝚍𝚊 𝙰𝚍𝚍𝚒𝚜𝚘𝚗... - 𝐌𝐞𝐝𝐝𝐢𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora