Meredith POV
Já havia se passado algumas semanas que eu tinha levado alta, já era dezembro, e eu já estava pronta e preparada para levar outro tiro. Brincadeira!
Não quero passar por essa experiencia de novo. Eu já estava passando por uma bem ruim essas semanas. Antes de levar alta, quando eu ainda estava no hospital, esperei Addison por inúmeras noites, esperei ligações, mensagens, mas eu nunca fui atendida. Eu já havia me acostumado com a sua ausência, e aos poucos eu ia esquecendo sua voz, apaguei suas mensagens da caixa postal, pois eu ia sempre pagar para a operadora, para eu ouvi-la novamente. E eu precisava economizar e esquece-la, apaguei as fotos que eu ainda tinha dela em meu celular, e apaguei a minha preferida, eu bati sem perceber, mas acho que ela percebeu, foi a primeira noite que ela quase me matou, na noite que eu estava bêbada e ela me levou ate a lanchonete mais próxima.
Seu casamento seria daqui a alguns dias, e eu ainda estava inconformada de saber que ela preferiu o Derek, ele estava subindo nas pesquisas de eleições, provavelmente ganharia. E talvez lá no fundo eu entendesse o porque de sua escolha, aliás o que ela faria comigo? Uma recém formada, com problemas de ansiedade e que ainda tem medo de dormir no escuro. E o Derek, um cara rico, politico, e que pode dar o mundo a ela.
Era sábado de manhã eu já havia tirado os pontos da cirurgia, mas não pude deixar de perceber a cicatriz enorme que ficou em meio peito, era algo que eu levaria para a vida toda. Eu precisava arrumar minhas coisas, eu me mudaria na próxima semana, um dia depois da formatura, eu estava tão empolgada. Eu estava formada em psicologia, e eu sentia orgulho de mim mesma, eu estava encaixotando minhas coisas do quarto, e ouvindo Cristina tagarelar fazendo planos para depois da formatura.
-A gente pode te visitar! Eu e a Teddy - dizia ela colocando suas coisas em uma caixa.
-Claro, eu ia adorar.
-Meredith, você foi a melhor coisa que já me aconteceu - Cristina dizia fazendo bico e chegando perto de mim
-Cris, não faça drama. Ainda não irei embora
-Eu sei que você ainda não vai. Mas você vai daqui a alguns dias e com quem eu vou conversar sobre a Teddy? Você é a minha melhor amiga,.
-Existe algo magico chamado celular e passagens aéreas. Você pode ir me visitar quando quiser.
-E a Addison, tem noticias?
Meu coração por um momento se alegrou ao ouvir esse nome.
-Eu não sei. Ela...- uma pausa surgiu porque eu não sabia mais o que falar dela, era como se eu estivesse a desconhecendo pouco a pouco - Ela deve estar bem.
-Eu sinto muito pelo o que houve, por ela não ter respondido suas mensagens e nem ter ido ao hospital.
-Tudo bem, ela deixou claro que eu apenas fui um brinquedo, seu noivado estava fracassado e eu apenas fui um passatempo. Algo descartável...
-Eu sei o quanto você gostava dela, e pelo o desespero no hospital, pelas atitudes que ela teve quando você estava internada, me mostrou que ela também gostava de você.
-Contos de fadas, Cristina. Isso tudo foi um belo conto de fadas. Ela era minha professora, quem nunca sonhou em ter um caso com alguma professora?
-É verdade, é o fetiche de todo aluno.
-Então... Acabou!
-E a Amélia?
-Estamos bem. Ainda nos falamos as vezes, mas ela me lembra a irmã. E eu sinceramente não me vejo em um almoço de domingo com a Amélia ao meu lado, e principalmente na companhia da Addison, seria bem constrangedor. - sorrimos ao imaginar.
Minha irmã ainda estava na cidade, ela ficou bastante preocupada comigo depois do que me aconteceu, chegou até interrogar Amélia para saber do assaltante que tentou nos assaltar naquela noite, mas sem sucesso nas buscas. E Amélia me convenceu a deixar essa historia para lá, o importante era que eu estava viva. Alex estava em um hotel próximo a universidade eu estava dormindo com ela para a minha segurança, mas hoje eu a convenci que precisava voltar até meu dormitório para arrumar minhas coisas, Cristina havia saído para comer algo, e eu continuei com a minha arrumação, revirando tudo e colocando o que presta e o que não prestava. Mexi em alguns livros, e então ao revira-los um papel amarelado caiu em meu pé, ao abri-lo, uma saudade de Addison me invadiu, era uma carta que eu havia escrito, quando eu ainda estava no hospital, escrevi depois de perceber que ela não iria mais aparecer, sentei na cama e abri-la, relendo cada frase, sentindo cada lagrima escorrer de meu rosto.
Querida, Addison...
Nossa, é clichê chamar você de querida, peço perdão por isso. Bom, já faz alguns dias que você não da sinal de vida, nem sinal de fumaça, telepatia, nada. Talvez eu não devesse, mas eu me sinto sozinha outra vez. Logo eu, que estou tão acostumada com partida, não consigo me acostumar com a sua. Dizem que quando a gente deseja muito alguma coisa, ela simplesmente acontece... Só eu sei o quanto desejei que você aparecesse pela porta do quarto desse hospital ( seria clichê demais imaginar essa cena com você segurando um buque?). No começo eu te enxergava nas cores vibrantes dos outdoors pelas ruas, te ouvia em cada conversa de desconhecidos no metrô, te sentia em cada perfume e no fim, a dor só aumentava e latejava em cada tropeço do meu caminho, como quando batemos o dedinho na quina de algum móvel, foi assim por um bom tempo, até começarem a me dizer que eu precisava te esquecer porque o seu fantasma estava tomando o meu lugar e acabando comigo devagarzinho. Por quê será que aquele que diz "Eu te amo" primeiro é sempre o último a parar de chorar? E como eu chorei, tanto que eu pensava que as lágrimas nunca iriam cessar. Hoje chorei de novo. Chorei por saber que provavelmente nesse momento você está dizendo essa mesma frase pra outra pessoa e provavelmente com muito mais verdade do que quando disse para mim.
Eu não esqueci. Todos me diziam que esquecer é o primeiro passo pra começar a viver e que isso é muito fácil, bastava querer. Ah, se esquecer fosse tão fácil! Não existiriam tantos psicólogos, terapeutas e ainda assim pessoas se afogando em mágoas. A verdade é que eu não queria esquecer você, nunca quis e aquela dor a qual eu me agarrava com todas as forças era a única coisa que ainda me ligava a você e consequentemente a única maneira de te manter ainda comigo. Eu não queria me desfazer do que restou de você, do que restou de nós...a verdade é que eu queria te guardar em um potinho e te deixar ir embora aos pouquinhos que era pra poder me acostumar com a sua ausência. Talvez agora você saiba como é amar alguém de verdade com toda a sua alma e sinta uma vontade enorme de gritar esse amor aos quatro ventos, como eu sentia quanto estava com você. O amor é uma droga lícita, Srta Montgomery, que te causa os mesmos efeitos e dores, até piores do que os efeitos de todas as outras. De todas as drogas lícitas e ilícitas, você foi a única que conseguiu me manter no vício, sofrendo de abstinência todos os dias sem a menor chance de reabilitação. Provavelmente eu jamais te enviarei essa carta, Addison. Mas eu vou guarda-la comigo, é uma forma de lembrar que um dia, por mais que por poucos dias eu tive a chance de sentir o amor. Te agradeço por isso, Addison. E espero que você fique bem, assim como eu vou ficar um dia...
Com amor, Meredith Grey
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𝚀𝚞𝚎𝚛𝚒𝚍𝚊 𝙰𝚍𝚍𝚒𝚜𝚘𝚗... - 𝐌𝐞𝐝𝐝𝐢𝐬𝐨𝐧
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada...." - Sigmund Freud Meredith Grey vê sua vida dar uma reviravolta, após passar de semestre no curso de psicologia, na universidade mais bem nomeada do mundo. Acaba por ver sua...