03- Quem é você? I

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Num completo paradoxo e estado de choque, Sakusa ainda não conseguia acreditar que estava falando com um gato. Literalmente um gato, como aquilo era possível? não tinha mesmo microfones ou alguma câmera escondida no quarto, ele só podia estar louco! sim, isso mesmo, devia estar muito cansado, quem sabe não dormir bem noite passada e o estresse que passou com o gato causou uma alucinação, como um trauma! 

Sakusa andava pelo quarto dando voltas no mesmo lugar enquanto pensava em todas as opções lógicas e racionais para definir o que estava acontecendo sem ter que acreditar que era possível falar com algum bicho. Enquanto isso, lá ainda estava o felino tentando o dar um pouco de luz.

— Se rodar tanto vai ficar tonto. É tão ruim assim? Já é grandinho, não vai me dizer que está com medo, vai?—Kiyoomi voltou a olhar para o felino que ainda estava no mesmo lugar o olhando.

— Como isso é possível?como um gato consegue falar?!

— O que eu devia responder? mandar vocÊ perguntar pra Jesus Cristo?! Olha, já é bem complicado ter que me expor assim, então não faça perguntas que me custaria anos das minhas vidas para contar! Não tenho tempo, muito menos saco...

O gato murmurou e deu um pulo para subir na cama, lá ele deu uma pequena voltinha antes de se sentar onde queria, amassando a coberta com suas patinhas dianterias como se estivesse fazendo uma massa de pão. Sakusa, se aproximou e o pegou para ergue-lo e colocar de volta no chão, passando a mão onde   o gato tinha se sentado para ''limpar'' o local, dando batidas. Claro, Atsumu ficou ofendido.

— Não suba na cama, criatura sobrenatural. Não quero pegar pulgas.

— Eu só sentei ai! Não sai esfregando o traseiro! E EU NÃO tenho pulgas! sou mais limpinho que vocÊ!

— Você ainda não respondeu minha pergunta. E que historia é essa de novo dono?dono de que?!—Miya foi até a poltrona do quarto para se sentar nela já que foi expulso da cama, mas Sakusa foi atrás e o tirou dali também. Abaixando as orelhas e as direcionando para trás, o gato deu um rosnado enquanto reclamava.

—Mas não pode ficar em canto nenhum desse quarto também! mas que porra!

—Gatos largam pelo e trazem diversas bactérias neles, não vou arriscar. Agora me responda.

— Gitis lirgim pili i trizim divirisis bictiriis nilis, nii vii irriscir.— Kiyoomi não gostou nada do comportamento daquele felino, mas ainda queria suas respostas.— Me trata assim e ainda exige as coisas, francamente, eu devia te expulsar dessa casa.

— A casa não é sua. Quem mora aqui sou eu, infelizmente.

—Eu moro aqui a mais tempo, antes de você nascer, se liga pirralho.—Sem ter direito de se sentar numa cama ou poltrona, Atsumu pulou em cima da escrivaninha, arrastando o caderno que Kiyoomi encontrou o abrindo e folheando.— Isso, estava me referindo a isso.

— Esse caderno esquisito?! nem é meu, nunca comprei um caderno que sumisse com a tinta, seria e é inutil!

— Fo.—Ele respondeu curto enquanto se sentou em cima do caderno, Sakusa não entendeu a resposta.

—Fo?—Questionou se aproximando e se sentando de frente ao gato que respondeu um pouco grosseiro.

—Foda-se. Isso aqui não é um dos seus caderninhos de desenhos estupidos, é um diario. Meu diario! Ele não ficava em branco a anos...pensei que nunca mais iria ficar, na verdade. Mas você chegou aqui, aquele periquito preto apareceu e o diario ficou em branco mais uma vez. 

Era informação demais. De primeira queria dar uma rasteira naquele gato pela grosseria dele, mas depois isso sumiu pelo simples interesse de saber o que era aquele caderno e aquele papo todo apenas parecia mais complicado que antes. 

Sete Vidas - SakuatsuOnde histórias criam vida. Descubra agora