Sete Vidas - Sakuatsu

06- Quem são nossos amigos?

De todos os animais do mundo o que menos esperava era um gato morando na mesma casa que ele. Kiyoo não gostava, preferia até um passarinho ou um galo que gritasse no seu ouvido toda manhã, mas não um gato. Não AQUELE gato. 

Seus pais deram na telha tão rapido que pareciam presos num feitiço! E como se não pudesse piorar, lá estavam eles com outra coisa que os tirassem a pouca atenção que davam ao filho. Sakusa estava sentado na mesa do jantar encarando sua mãe que estava sentada com aquele felino ao lado dela, apoiando as patas para ganhar petiscos que ganhava tão facil.

— Amor, encontrei um pote de água para gato, acredita? não sei como não vimos nas limpezas da mudança. Acha que era dele?—Shin entrou na cozinha com um pequeno e antigo pote de metal em uma de suas mãos. Julgava ser de um bicho de estimação pelo desenho da pata e o nome que tinha. 

— Miya...—Ela leu em voz alta o nome que estava naquele recipiente — É um bom nome, mas não podemos dizer se era dele,  ninguem cuida dessa casa a anos. Mas gostei do nome, podemos colocar esse nele!

— O que acha, Filho?—Shin tentava incluir o filho nas decisões de algo que ele não era a favor, como sempre.

— Acho que ainda deviamos desistir dessa ideia idiota e jogar esse gato fora ou para algum interessado.

—Filho, não seja tão amargurado, é um gatinho! que mal ele te fez?

— É, que mal ele te fez?

Hana perguntou pegando o gato no colo o abraçando para reforçar uma imagem de inocência daquele felino que Sakusa podia começar listando diversas coisas, das mais aborrecedoras para as mais estranhas.

— Vou subir. Boa noite.

— Mas e o jantar?

—Estou sem fome, podem dar o meu para o ''gatinho''.

Kiyoomi murmurou pouco antes de se levantar e caminhar para as escadas, foi quando parando para pensar um pouco. Fazia tempo que não escutava aqueles ruídos na casa, era até estranho eles parando assim do nada. De qualquer forma, seguiu ao quarto onde entrou e tomado por o que no fundo era sim ciúmes, ligou seu computador e ligou para seu primo e melhor amigo numa chance de expor toda frustração.

— Olha só quem resolveu aparecer! terminaram todo serviço da casa da velha?

— Rintaro! ela também é minha tia, por favor!

— Komori, não perca o humor, você estava supondo que ela era uma alma vagando pelos cantos a pouco tempo.—Enquanto eles discutiam besteiras, Sakusa ficou calado até que o próprio Rintaro notou aquela cara mal humorada.— Okay, claramente temos problemas. Solta o verbo!

— Eles surtaram! não me escutam, não ligam para minha opinião! —Sakusa nem esperou ou respirou para começar a falar, seu tom era irritado, mas não era alto.— Simplesmente decidem se mudar sem me consultar, sem perguntar o que eu acho e agora adotaram um gato! um gato! e ele é mais mimado do que eu em todos esses anos de vida!

— Espera, vai com calma, adotaram um gato? pensei que os tios eram do tipo que preferem cachorros babões pulando em cima deles. Menos mal!

—Menos mal, Komori?! Isso é tão ruim quanto! quem sabe é até pior!

— Sakusa, é só um gato, cara...você nem precisa cuidar dele, ele é um bicho independente e que nem vai afetar tanto sua vida. Esta surtando por nada.—Os olhos de Sakusa focaram unicamente na camera de Suna ao escutar aquilo.

— Olha, primo...eu tenho que concordar com o  Suna. Tipo é só um gato e ele não tem que receber de fato uma atenção como uma criança ou um cachorro, você pode ignorar ele tranquilamente e se faz bem para seus pais, é legal ter para eles. Não é o fim do mundo...