24- [Extra] - Libertação

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Notas do autor: Galera, primeiro peço perdão pela demora para lançar  o extra. Como alguns sabem estava me recuperando de uma cirurgia e estou bem melhor agora.  E eu tive a liberdade de fazer o teste que vocês pediram, apesar de que quem sabe que gato são, são vocês mesmos... mesmo esquema do testes de Imperium, deixo o link aqui, vocês podem me chamar no chat e pedirem ele caso não consigam por aqui. ok? Vou deixar nos comentários dessa parte do cap. São umas 10 perguntas, a sobre os reinos de imperium PESA BASTANTE, então se não fez esse, tente fazer primeiro ou ler a sinopse de cada reino e saber qual você se vê mais. 

*Osamu Miya*

Já se fazem três semanas desde que meu irmão sumiu.  As autoridades não sabem dizer o que aconteceu, não tem nenhuma pista que entregue como ele sumiu. Meus pais não estão mais se falando, normalmente jantávamos juntos independente do clima, hoje, nem isso. Eu não consigo mais estudar, os livros me trazem enjoo, posso jurar que as palavras vão me fazer vomitar apenas por estarem ali. O quarto dele está intacto, nada fora do lugar, minha mãe acha mesmo que ele vai voltar para casa. Meu pai acha uma besteira, mas ele não diz, tem medo de piorar e para ele, a única coisa boa que isso pode trazer é quem sabe uma pista para as autoridades. Mas eu sei o que aconteceu.

 Quando meu irmão ainda estava aqui, tinham noites que o via conversando com alguém. No inicio pensei ser um novo amigo virtual, quem sabe uma namorada, mas depois de algumas semanas vi que era um caderno. Achei bobagem, provavelmente ele estava pensando alto sobre o que lia e escrevia naquele objeto. Entretanto, cada dia menos o via longe do caderno. Atsumu estava estranho, piorando, sendo mais agressivo nas palavras e com si mesmo. Foi quando comecei a esperar ele dormir para tentar ver o diário. Estava sempre vazio, todas as paginas que eu jurava ver com algo escrito de longe ao brechar pela porta. Ele nunca saia de casa sem aquele caderno, era quase uma segunda pele. Mas quando ele sumiu o caderno estava no quarto dele, intacto.

Não poderia ser um acaso, não acreditava em coincidências. Sete semanas depois do sumiço de Atsumu, voltei ao quarto por acaso. Bom, era o que eu pensava.

De madrugada em uma noite acabei acordando com o som alto de algo batendo na janela. Eu realmente pensei ser a minha, mas era a do quarto ao lado. O quarto do meu irmão. Pensei em ignorar, mas e se fosse ele? Coloquei meus sapatos e fui, meus pais estavam dormindo, dava para saber pela luz do quarto deles no final do corredor. Fui ao quarto e quando entrei existia um pássaro preto, ele batia o bico da janela e causava aquele mesmo som que me acordou. A abri, ele saiu voando para dentro e ficou repetindo aquilo na gaveta onde o diário estava guardado. Pensei em espantar, mas algo me fez não fazer. O som de algo dentro da gaveta, pensei estar sonhando e por isso abri. O caderno estava virando as paginas sozinho, mas não era um sonho, quando as letras apareceram eu não acordei. 

O caderno dizia sobre meu irmão para mim, falava sobre coisas que Atsumu desabafou para ele e nunca para mim, coisas que não imaginei nunca. Me sentia culpado, cada dia mais me sentia culpado por ele ter sumido, se eu soubesse de cada coisa que aquele caderno me disse eu teria o salvado estaríamos juntos. Aquele corvo sempre estava sobrevoando a casa, um dia comentei sobre para meus pais e eles negaram um dia terem visto um pássaro desses. Quem sabe ele aparecia somente para mim assim como as palavras naquelas folhas? Se passaram alguns meses, quem sabe sete, bom, eu não pensei em calcular isso. Na verdade, não pensava mais em nada. Minha vontade de estudar, sair da cama, me cuidar, tudo parecia ser inexistente demais. Era inexistente demais. A única coisa que eu fazia era justamente conversar com o diário.  Ele me entendia, enquanto meus pais ou não ligavam para meu estado ou pensavam que eu estava começando a  exagerar, aquele caderno me consolava com o que eu precisava ouvir. Um dia, ele me ofereceu algo.

Meu irmão. Eu poderia recuperar o meu irmão. Mas precisava pagar com algo, precisava de uma troca. O diário me prometeu que Atsumu voltaria se minha vida fosse dada em troca, que eu pagasse com tudo que deixei de fazer por ele. Tudo que deixei de dizer, tudo que ele não me disse. Naquela noite tirei minha própria língua e isso é tudo que lembro antes de ter acordado com patas cinzentas e sendo levado por um rapaz de cabelos ruivos.

Sete Vidas - SakuatsuOnde histórias criam vida. Descubra agora