02- Os primeiros Miados II

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Descendo as escadas pela manhã, Kiyoomi notava que provavelmente seus pais tinham acordado bem mais cedo, já que o corredor estava mais organizado e alguns moveis que tirou do quarto tinham sido tirados. O rapaz foi direto para a cozinha, onde se sentou na cadeira da mesa e começou a comer. 

Seu pai estava no telefone, falando com o que parecia ser a equipe de mudança e reforma que iriam chegar daqui a uma hora. Parecia estar sem graça, Kiyoomi até já tinha uma ideia do que poderia ser. Seu pai era um homem mole, quando tinham confusões ou qualquer tipo de discussão ele ficava nervoso, sua mãe, que era justamente o contrário, era quem assumia as rédeas.

— Adiantar o restante? mas o combinado tinha sido metade do valor no inicio e o restante após o serviço estar pronto, não?

A mãe do rapaz terminava de colocar os ovos na mesa, olhando para o marido fazendo sinal com a cabeça para que ele explicasse sobre o que estava acontecendo. Ele afastou o  telefone, cobriu com a outra mão e murmurou para ela.

—A equipe de faxina e de reforma querem o valor final do serviço adiantado... Falaram que não foi avisado que era um casarão...—Ele nem tinha terminado de dizer tudo e sua esposa já tirou o telefone de sua mão, assumindo o lugar dele. O homem um pouco assustado, preferiu se juntar ao filho na refeição.

— Acordaram mais cedo e nem me avisaram sobre, podiam me pedir ajuda.

— Sua mãe prefere que descanse mais, além disso, você dormiu? está com olheiras...— O pai nunca tinha visto seu filho com olheiras antes, Kiyoomi valorizava muito o sono dele e os horários queiria dormir.

— Pronto, resolvido! Vamos adiantar uma parte do valor do final, apenas. A equipe é burra suficiente para não entender o que é uma casa grande! Querido, precisa começar a impor suas opiniões.—Hana se sentou a mesa junto a seu marido e filho, começando a se servir. Shin sorriu sem graça, passando seu indicador direito pela bochecha a dando um curto carinho enquanto se desculpava.—Sakusa, o que é isso? não dormiu? parece que um carro lhe atropelou.

— Vocês não escutam os ruídos todos que essa casa faz? acordei varias vezes e demorei para conseguir dormir de novo.—Ele não falou do gato por não ser algo tão necessário, o que o acordou foram os sons, de qualquer forma.

—Ruídos? nenhum, nem quando estavamos arrumando as coisas quando chegamos.—Seu pai tinha a expressão calma e ao mesmo tempo desconfiada no rosto, Hana também não demonstrava reconhecer os sons que o filho mencionou.

—A casa é velha, como você mesmo diz. Provavelmente é por isso, algum encanamento ou quem sabe um dos ratos que você disse que viu.—Como que essa mulher fala algo assim tão calma?

— Ainda da tempo de explodir isso aqui e ir embora. Essa casa deve estar caindo aos pedaços.—Sakusa murmurou, suspirando pesado em total desgosto. Já sua mãe, riu.

— Querido, aqui é seguro! ela está bagunçada e suja, mas está longe de cair aos pedaços!

— Vocês poderiam pelo menos fingir isso. Enfim, a que horas pretende começar a arrumar o restante da cozinha?

— Assim que o caminhão chegar! mas por enquanto não pense nisso, os garotos me ligaram, querem falar com você. Provavelmente saber sobre a mudança, que tal ligar para eles?

Pelo menos em meio a toda aquela insatisfação, uma coisa boa; Os garotos eram seu primo e seu melhor amigo, tinham falado sobre ligar para Kiyoomi quando ele chegasse na casa nova, o moreno nem lembrou disso de tão ocupado e provavelmente os amigos deram mais um tempo para que primeiro ele conhecesse e depois pudessem ligar no dia seguinte. Sakusa terminou de comer e ajudar sua mãe a limpar o que foi sujo para realizar a refeição. Saiu da cozinha e voltou ao quarto, quando entrou a primeira coisa que fez foi procurar qualquer sinal de ratos por todos os cantos daquele quarto, mas não via nenhum. Agradecia mentalmente, não queria ratos no seu quarto.

Sete Vidas - SakuatsuOnde histórias criam vida. Descubra agora