Bonito Pesadelo

🧡 NÃO ME TOQUE 💙

Ele caminha, sorri, acena, volta a sorrir. Está cansado, mas não tem muita escolha, esta é a única maneira de conseguir tudo o que quer. O que ele quer? Ele quer que todos o amem. Vem fazendo este plano há algum tempo e estava funcionando muito bem até que o novo cara destruiu tudo. Ele não pôde evitá-lo, tinha-o deixado tão irritado que não teve outra escolha senão mostrar-lhe sua verdadeira personalidade. No entanto... "Eu ainda gosto de você", ele lhe havia dito como se fosse tão simples. Cerra seus punhos, tentando conter a raiva que começa a queimar dentro dele. Quer vingança, mas não pode, ele ainda não entende a razão. O que o impede? Nada realmente, aquele pobre tolo não seria capaz de traí-lo. Estar consciente de que ele tem limites está além dele em muitos aspectos. Se ao menos ele o tivesse atingido, não ficaria tão chateado.

- Tenho que inventar algo... Maldito Toono, você vai pagar por isso - sua cabeça está cheia de maldade, ele só tem que escolher um deles para ver o mundo queimar. Ele sorri meio lateralmente, fantasiando com essa idéia repentina.

- Ai! - ele geme, tocando sua testa. Acabou de se chocar com alguém por causa do estúpido Toono, se ele não tivesse que pensar nele, tudo estaria bem.

- Tenha cuidado... feio...

Essa voz. Ele sabe exatamente quem é e é a última coisa que ele precisa para terminar de arruinar seu dia e seu estado de espírito. Ele tem que pensar rápido, o Yacchan lindo ou seu verdadeiro eu? Não é tão difícil assim, aquele cara é tão insignificante que nem pensa em incomodar.

- Idiota, por que você não olha por onde anda? - diz calmamente para abafar suas reais intenções.

- Talvez você devesse, eu nem estava andando - coloca as mãos sobre os quadris e olha para ele com uma sobrancelha arqueada.

- Então não atrapalhe, saia do caminho - o empurra para o lado, pressionando sua palma contra o estômago dele.

- O que aconteceu com você hoje, é o seu dia de folga? - zomba dele, revelando suas presas através do sorriso malicioso que se extende pelo seu rosto.

- De que diabos você está falando? - ele se volta para olhar para ele, pronto para descarregar nele à menor provocação.

- Você parece ter esquecido seu roteiro -  pega o rabo de cavalo que ele fez pela manhã e puxa seu rosto muito perto do dele. Ele pode sentir sua respiração acariciando seus lábios. Estaria mentindo se dissesse que tinha tudo sob controle. A verdade é que ele está completamente paralisado - Yacchan - ele sussurra seu nome suavemente. Sua voz é baixa e lhe dá calafrios. Ele sabe ? É impossível, uma pessoa com a mente tão pequena quanto ele não pode ser capaz de descobrir a mentira que construiu por tanto tempo.

- Pare de me incomodar - ele afrouxa e bate na mão dele para soltar o cabelo.

Sua expressão é perturbada por uma fração de segundo, até mesmo seu sorriso se desvanece um pouco. Não, ele deve ter imaginado, porque uma gargalhada estrondosa ecoa pelo corredor, pegando-o de surpresa.

- Talvez você tenha que me fazer um pequeno favor para que eu mantenha seu segredo - coloca seu dedo indicador debaixo do queixo dele, forçando-o a olhar para o seu rosto. Seus olhos são luxuriosos, está certo de que ele o imagina em situações imundas.

- Eu não lhe faria nenhum favor, mesmo que minha vida dependesse disso. Você me enoja - agora é ele quem sorri, desfrutando da dor que causou com suas palavras. Desta vez ele conseguiu tirar essa expressão arrogante de seu rosto. Mas não é o suficiente. Ele dá um passo mais perto e fica na ponta dos pés, para ganhar um pouco mais de altura - banheiro-senpai - ele o diz sobre os lábios, causando um leve toque.

Sente seu coração batendo um pouco mais rápido, embora não entenda o porquê, nem pretenda descobrir. Aquele maldito bastardo vai pagar por isso em algum momento. Ao menos ele se sente um pouco satisfeito com essa pequena proeza, nunca se sentiria intimidado por alguém como ele. Se vira e se afasta parecendo calmo. Felizmente, Tamura não percebe que suas bochechas estão vermelhas.