Perdas

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MARINA

Desci em disparada pelas escadas quando vi a cena. Havia está mulher enlouquecido?!

- Ah você está aqui! Que bom, assim pode me ver te tirar de vez da minha cabeça, sua intrusa! - Elena dizia em um tom sínico, como quem fala com ódio.

- Intrusa? Do que está falando, Elena? Desça já daí!
Ela parou, deu uma risada abafada e virou para o outro lado, se equilibrando e por pouco não caindo no mar.

- Não obredeço a você, entende? - disse, com uma tranquilidade estúpida em seu olhar. - Marina, querida, não tens o menor controle sobre meu corpo, mas aparentemente minha mente adora obedecer-te e lhe segue contra minha vontade. Apenas suma. - observei perplexa a cena, vi seus olhos marejados transbrodarem, olhando em minha direção. - NÃO ESCUTOU?! SUMA!

A esta altura eu estava chorando junto a ela, quase implorando pra que ela descesse daquela sacada. Implorando que desse importância à vida. Se não fosse por ela, que fosse por mim.

Percebi neste instante que me preocupo mais com a vida dela que com a minha.

No silêncio que pairou entre nós, observei seu olhar escurecendo. Ela limpou as lágrimas que escorriam em seu pescoço com as costas das mãos, e virou de costas para mim.

Ela vai pular.

Aproveitando que ela não via, agarrei suas pernas, a suspendendo no ar. Elena se debatia, gritava, chorava e soluçava. Coloquei-a no chão e enlacei meus braços em volta de seus ombros, num abraço apertado. Não percebi, mas chorava ainda mais que Elena.

- Não faça isso por favor, eu te imploro. Faço tudo que quiser, sumo no mundo, me jogo eu mesma desta secada, mas por favor não faça isso. - disse, enquanto tentava sufocar os protestos da menina contra meu peito. Até que ela me empurrou.

- E por que eu faria o que pedes, Marina?! Por quê?! - a cada frase um empurrão contra mim, em direção ao centro do navio.

- Queres saber?! Pois bem, me importo porque... - falhei ao falar, desesperada sem fazer ideia do que estava falando, sem controle sobre minhas emoções. Desamparada. Elena ainda chorava e dirigia pra mim um olhar de ódio puro, misturado com dúvida, suspeita e medo - PORQUE EU TE AMO

Senti a expressão de Elena suavizar-se. Virar confusão. Então raiva novamente. Medo. Receio. Calma. E agora estava fervendo. Elena fervia.

Ela andou em minha direção decidida, ainda chorando, mas de forma calma e destemida. Conforme ela andava para frente, eu andava para trás, até que meu corpo chocou-se com a parede.

Não sabia ao certo o que aconteceria, se ela tentaria me bater - e eu certamente deixaria - ou se diria muitas coisas pelo impulso. Eu tinha medo de ser machucada novamente. Suportaria qualquer coisa por ela.

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Nota da autora

E aí gente, nunca falei com quem lê a fic mas enfim:)
Estão gostando? Como vcs acham que vai continuar nosso casal?

15 dias de Eros - SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora