Ciclo interminável

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MARINA

Acordei com dificuldade pra me adaptar com a luz que entrava pela janela da cabine. Pisquei algumas vezes os olhos e quando tentei me levantar, minha cabeça latejou de dor e me senti tonta, permiti então que meu corpo se chocace novamente contra o colchão, estava incapaz de me mover.

Não conseguia me lembrar como viera parar aqui, a última lembrança que tenho é a que estava sentada no chão do convés esvaziando duas garrafas de bebida e... Elena.

Maldição.

Aos poucos as lembranças da noite anterior a invadiam, e cada palavra, gesto e toque de Elena se tornava mais clara, substituindo o borrão que vira quando despertei.

Me senti suja. A forma como fui agressiva em relação à mulher não fora justa, mas não me senti culpada de forma alguma. Dissemos tudo que estava guardado dentro de nós uma à outra.

Não há motivo para arrependimentos.

Certamente já sabia que Elena me enchergava daquela forma, e nunca tiveram dúvidas disto. Mas escutar tudo isto em alto e bom som... Doía.

Certamente Elena também estaria com raiva e magoada, mas o que haveria de fazer? É a verdade. Sem arrependimentos.

Quero acreditar que ela me trouxe até aqui ontem a noite, depois de tudo. Mesmo depois de tudo, ela ainda se importava?

Minha cabeça continuava a latejar como nunca antes, e por mais que eu tentasse me desvencilhar deste ciclo de pensamentos sobre Elena, não conseguia.

Por Deus...

15 dias de Eros - SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora