ELENA
Estava acordando lentamente sob a luz do amanhecer. Novamente. E mais um dia, que formavam seis anos desde que me despedi de Marina.
E não poderia me esquecer.
Desde então, sofri o suficiente para me arrepender de não ter aceitado o pedido dela para eu viver em seu navio.
O navio onde eu estava não era grandioso, não tinha muitas armas, mas bastante gente, e apesar de ter sofrido muito no início - muita violência e brutalidade, que até então nunca tinha sofrido nesta dimensão - eu consegui conquistar meu lugar de respeito como todos os outros.
Aprendi a saquear, lutar e me defender, comecei a usar roupas parecidas com as de Marina - e senti-me surpreendentemente muito bem.
Por onde passei, por todos esses anos, procurei por Marina: mar ou terra, entre pessoas e lugares que achei que ela iria. Uma vez, quando começava a ficar desmotivada a encontrá-la, fui a uma biblioteca e descobri que realmente Marina foi até lá, leu alguns livros e saiu.
Roubei estes livros.
Mas nenhuma pista a mais que esta, e faz um ano que me agarrei aos livros que roubei para me lembrar de sua presença. Tenho medo de que um dia a lembrança se torne um borrão, e eu me esqueça da pessoa que amo.
Mesmo que involuntariamente.
Comecei a escutar um alvoroço do lado de fora do meu quarto, e percebi tensão e muitas ordens saindo do capitão.
Conhecia isto.
Vesti-me rápido e estava a postos, o capitão olhou-me aliviado - confiava em mim - e confirmou com a cabeça. Eu conhecia isto. Era outro navio pirata, de inimigos.
Perguntei a um dos marujos o porquê de tanta tensão, que não parecia tão intensa das outras vezes que acontecia de encontrarmos um navio inimigo, e ele me explicou que na verdade era o maior dos inimigos deles, e que provavelmente o duelo acabaria em morte ou de todos do nosso navio, ou do deles. Era um massacre agendado.
O navio estava um caos e todos estavam a postos, uma bomba atingiu o mar, por pouco não caindo sobre o navio, e todos se desesperaram.Sabíamos que perderíamos com certeza, mas não fugiriamos da batalha.
Apenas eu precisava sobreviver.Quando o navio se aproximou, começamos a invadir: queimando, quebrando e matando quem víamos pela frente. Mas eu estava escondida em uma cabine, esperando para atacar alguém. Até que a porta foi aberta e eu saquei minha espada, apontando para quem quer que fosse, antes de vê-la.
Céus.
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15 dias de Eros - Sáfico
RomanceElena, uma mulher comum nascida e criada na cidade do Rio de Janeiro, amava sua cidade e sua vida, ao lado de Clarice, sua melhor amiga e a quem confidencia muito mais que apenas seus segredos. A jovem fora prometida em casamento para seu melhor am...