MARINA
Dois dias se passaram desde a guerra que foi travada entre eu e Elena. Estava muito aflita, não a via desde então, por horas fiquei parada em frente à porta de sua cabine esperando que ela saísse, apenas para me centificar que ela estaria viva.
Por mais que a raiva ainda fervesse em meu sangue, por mais que estivesse enlouquecida para atirá-la ao mar, deveria admitir que me preocupava com ela.
É uma necessidade quase fisiológica saber se ela tem comido corretamente, se hidratado, mas ela nem mesmo sai de sua cabine, então hoje decidi desistir e deixá-la em paz de uma vez. É isso que ela quer afinal, só me resta aceitar.
A lua estava surgindo em meio ao mar, e meus pensamentos ainda não saíram do cliclo de Elena, um limbo entre ter raiva, estar preocupada e lembrar-me dos momentos em que estivemos juntas -que não foram tantos.
Estava no segundo andar do navio, onde tinha uma pequena varanda que dava uma visão privilegiada de todo o convés. Sentei-me na beira da grade, e fechei os olhos. Um vento fresco tocou meu corpo quase num consolo, conseguindo retirar tudo que habitou minha mente nos dois dias que passaram.
Me concentrei em sentir o cheiro familiar de água salgada, escutar o barulho da água batendo contra a madeira do navio... Era tudo muito confortável, como sempre fora.
Abri meus olhos saindo do transe ao escutar um barulho de porta batendo, e consegui enxergar sem muito exforço a imagem familiar de Elena saindo da cozinha com uma pequena garrafa de vidro com conteúdo transparente.
Acreditaria ser água se não a visse cambalear aparentemente tonta, tentando se manter de pé.
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15 dias de Eros - Sáfico
RomanceElena, uma mulher comum nascida e criada na cidade do Rio de Janeiro, amava sua cidade e sua vida, ao lado de Clarice, sua melhor amiga e a quem confidencia muito mais que apenas seus segredos. A jovem fora prometida em casamento para seu melhor am...