O não eu já tenho

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ELENA

O tempo que passou desde a discussão parecia uma eternidade naquele maldito navio. Pensamentos incessantes percorriam minha mente e o ódio em relação á pirata só aumentou. Mesmo que pensamentos ruins me restassem, era impossível me desvencilhar da imagem de Marina perto de mim como nunca esteve naquela noite.

Precisava me livrar disto.
Fui até a cozinha, cheirei garrafa por garrafa para decidir qual era a bebida mais forte. Essa mesmo que eu tomaria.

Apesar de nunca ter bebido, me surpreendeu o amargor do líquido transparente, e na mesma medida de seu gosto ruim, anestesiou-me de qualquer pensamento coerente ou indesejado.

Mas Marina continuava lá. Inferno.

Como eu faria para de livrar de vez dela? Tentei com todas as minhas forças arrancá-la da minha vida, não a vi, evitei todos os dias, buscava comida e água durante a madrugada para não vê-la no convés, chorei pensando nela e nunca desejei tanto apenas apagar os últimos cinco dias da minha cabeça, para nunca tê-la conhecido. Talvez a única forma de me livrar desse pensamento seja...

Saí da cozinha determinada como nunca, após dois longos goles da bebida, em direção à sacada do navio.

Com dificuldade de me equilibrar para andar com o balanço do navio e tudo girando, fui em disparada para a sacada, onde subi e andei pela borda, quase caindo algumas vezes. Queria sentir adrenalina, mas nem mesmo isto tirava Marina e seu calor da minha mente.

Não teria jeito.

Ouvi passos se aproximando atrás de mim, eram familiares, mas acelerados.
- O que pensa que está fazendo?!

15 dias de Eros - SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora