Dia seguinte. Na cúpula — primeira batalha.
Ao amanhecer, Raquel acordou primeiro que Sérgio e resolveu fazer um pequeno agrado para o duque: foi até a cozinha do castelo e preparou uma bandeja de café da manhã para os dois. Não sendo notada por ninguém, já que estava mais cedo que o normal, ela retornou para o quarto na cúpula e o viu dormir como um anjo no sofá.
— Eu não entendo como ele pode ser bonito até dormindo. — sussurrou para si mesma e sorriu.
Ela deixou a bandeja sobre a mesa de madeira e percorreu o olhar por todo o quarto sem saber o que fazer, sentiu muita dó de acordar Sérgio vendo o sono tão tranquilo que ele se encontrava. Parecia até mesmo uma pintura — pensou.
E num estalo, veio a ideia em mente.
Raquel retornou a mesa, retirando de uma das gavetas algumas tintas e pincel. Ela costumava pintar sempre que ia ao quarto, era uma boa maneira de se distrair e com o tempo tomou gosto pela arte. Como não havia nenhuma tela disponível, Raquel utilizou uma folha branca para começar a pintura. Ela se sentou no tapete felpudo do chão, de frente para Sérgio, e começou a desenhar na folha cada detalhe dele.
Não houve dificuldade, Sérgio possuía traços fortes e marcantes, para ela era muito fácil colocar no papel a beleza dele. Embora o desenho não chegasse nem perto da realidade para ela, Sérgio possuía uma beleza sem igual e talvez nenhuma obra da natureza conseguisse explicar.
Quando o desenho ficou pronto, ela começou a pintar misturando as tintas e fazendo todas as cores que precisava. Raquel mal olhava para Sérgio ao fazer a pintura, ela já decorara em mente cada detalhe dele então apenas se deixou levar pela atividade e aprovando os resultados que estavam se formando. Enquanto desenhava, os pensamentos dela voaram para longe, ela então se deu conta de quanto a sua vida havia mudado. Se antes ela não se imaginava vivendo outro amor, agora ela se encontrava radiante. Raquel estava completamente apaixonada por Sérgio e sempre que tinha essa concepção as borboletas do seu estômago a atingiam com força.
Ele chegou em sua vida como um simples caso. Era para ser apenas uma noite de sexo, um caso passageiro, mas o destino fez questão de junta-los. Uma noite de sexo virou uma dança no baile, que viraram beijos na chuva e danças apaixonadas que por fim virou um pedido de casamento. Tudo muito rápido e intenso, como eles.
Raquel se deu conta de que seu casamento estava mais próximo do que ela imaginava e como um soco no estômago, a sua mente retornou as cenas de ontem a noite. A Alberto. Ela desviou o olhar do papel até seu pulso e percebeu as marcas vermelhas, quase roxas, que estavam em sua pele e seus olhos marejaram. Raquel ainda se lembrava do medo que sentiu ao estar com Alberto naquele corredor e do olhar de raiva dele sobre ela. Instantaneamente sua mente vagou dele para Sérgio e um arrepio percorreu sua espinha ao se lembrar: O duque duelaria por ela com Alberto.
Raquel não tinha dúvidas que Sérgio iria ganhar, ela não só conhecia as habilidades do noivo quanto acreditava fielmente nisso. Mas ela não pode deixar de sentir medo ao se perguntar o que Alberto faria caso perdesse.
— Bom dia, meu bem, já está acordada? — ela estava tão distraída que não percebeu Sérgio se sentar ao seu lado.
Ela sorriu, tirando da mente todos os pensamentos, e focou no sorriso maravilhoso dele a sua frente.
— Bom dia, dorminhoco. — deu um selinho rápido nele, voltando a pintar o desenho.
— Uau! Eu sabia que você era talentosa, mas agora eu me surpreendi. — olhou para o desenho dela, constando ele próprio na imagem.
— Obrigada, amor. — sorriu timidamente, olhando para baixo e por fim voltando a mirá-lo. — Está com fome?
— Um pouco. — ele pensou e depois de alguns segundos respondeu: — Tá, eu tô morrendo de fome. — ambos riram.
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Sociedade Secreta: A filha do rei
Fanfiction• Um clube, nove pessoas e um segredo. • A jovem princesa Raquel Murillo está prestes a assumir o trono que antes era do sei pai, o grande Rei Alexandre. Mas para assumir seu lugar por direito, estará fadada a um casamento arranjado pelo próprio rei...