Capítulo 28

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Enquanto Raquel tinha em seus braços o corpo estendido do pai, Elliot encontrou a oportunidade perfeita na situação:

Ele limpou as mãos sujas de sangue e entrou no salão gritando que a princesa havia acabado de assassinar seu próprio pai. De início ninguém acreditou, mas Elliot conseguiu persuadi-los dizendo que Alexandre estava obrigando Raquel a se casar apenas por poder e que desejava juntar seu reino com o da família dele. O homem gritava desesperado que Raquel havia matado seu pai como vingança e que se eles não acreditavam, que fossem ao corredor para olhar a cena com os próprios olhos. Quando deram de cara com Raquel ao chão e com o pai em seus braços com uma adaga enfiada no peito eles não tiveram dúvidas do que Elliot falava. Simplesmente acreditaram no que viram e nas palavras de Elliot, que na verdade, não se passava de teatro. As lágrimas e gritos de Raquel significou-lhes apenas culpa por ela ter matado seu próprio pai.

Sérgio chegou no castelo no mesmo instante e ao ver Raquel sendo levada pelos guardas com a acusação de um assassinato o desespero o atingiu. Se não fosse por Andrés o segurando pelos braços Sérgio seria capaz de matar aqueles dois homens assim que pudesse.

Afastando a multidão do corpo de Alexandre, os guardas ordenaram que retornassem para o salão principal e Elliot avisou que não haveria mais casamento. Longe do clima melancólico que o marquês havia criado no salão, Andrés levou Sérgio para o lado e fora e o grupo de amigos os acompanhou.

— A Raquel matar o próprio pai? — Alícia comentou atônita — Essa cara só pode estar de brincadeira!

— Ele não está Alícia — Sérgio respondeu sério — Isso foi um plano muito bem arquitetado desse desgraçado! O que supõem que ele vai fazer agora que tem a Raquel e o Alexandre longe?

Alícia negou com a cabeça não acreditando no que ouvia.

— Hijo de puta!

Sérgio passou as mãos no cabelo se perguntando o que faria agora. O duque começou a contar sobre a invasão de GrellFroest na fronteira de Birmingham e que isso significava que Elliot tinha planos certeiros para assumir o trono do reino quanto antes. Convencidos de que não poderiam fazer nada para ajudar Raquel no momento, já que não sabia quais seriam os próximos passos de Elliot, eles concordaram em se encontrar pela noite para decidirem melhor. Estavam completamente ao léu.

       • Birmingham. Doze anos atrás. •

— Então vocês estão aí!

Alexandre surgiu atrás de Mariví, que tinha Raquel em seu colo concentrada em um livro, e começou a fazer cócegas na barriga da filha podendo ouvir uma risada gostosa da mais nova enquanto ela pedia para ele parar. Mariví somente conseguia sorrir com a cena.

— Amor ela é pequena, para — riu afastando as mãos dele de Raquel.

— Certo, parei — ergueu os braços para que Raquel viesse até ele e logo estava com a pequena agarrada ao seu corpo.

— Faz mais cossiga papai — pediu fazendo biquinho.

— Se diz cócegas, meu amor — corrigiu e se sentou na espreguiçadeira ao lado de Mariví, com Raquel em seu colo — E se eu te fizer mais cócegas a sua mãe vai ficar brava comigo — se aproximou do ouvido dela — Não queira ver ela brava, parece um dragão.

Raquel caiu na risada cobrindo o rosto com as pequenas mãozinhas e Mariví cerrou os olhos para o marido.

— Eu vou fingir que não ouvi isso, Alexandre — mesmo deitada, Mariví alcançou o braço dele para um tapa.

— Está vendo filha? Ela me agrediu — Fingiu uma careta dor e a pequena riu novamente.

— São tapas de amor papai.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora