Capítulo 11

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Ao amanhecer — convite e conversas

O castelo amanheceu com um belo sol estampando o céu. Nos corredores, os empregados trabalhavam no mesmo ritmo de sempre: alimentos sendo repostos na cozinha, limpeza dos quartos, tudo estava aparentemente no seu devido lugar, assim pensavam. Enquanto o castelo começava o dia, no quarto do duque tanto ele quanto Raquel dormiam esparramados na mesma cama. Eles mal perceberam quando o sono chegou pela manhã e se jogaram na cama sem ao menos fechar a porta da varanda.

Longe do quarto, Alícia passeava pelos corredores do segundo andar a procura da prima que não havia dormido em seu quarto, assim constatou quando entrou no cômodo totalmente arrumado pela manhã e não a encontrou.

Distraída, ela não viu Andrés se aproximar com uma flor em mãos.

— Princesa?

Alícia olhou para o lado e viu uma pequena flor amarela ser entregue em sua direção, ergueu o olhar e avistou Andrés com meio sorriso no rosto.

— Dizem que devemos dar flores para damas. — ela sorriu, pegando a flor com cuidado. — Tudo bem que eu roubei essa do jardim, mas o que vale é a intenção.

Alícia riu com gosto e agradeceu pela flor, o que deixou o duque com as bochechas rosadas.

— Bom, eu não vim apenas pela flor. Na verdade, eu gostaria de fazer um convite.

— Convite? — franziu o rosto.

— Aceita tomar café da manhã comigo no jardim?

Andrés costumava ter sempre um sorriso sarcástico nos lábios e em qualquer situação, mas com Alícia era diferente: o duque apertava os lábios, ansioso por sua resposta. Pela primeira vez alguém lhe causava anseios.

— Quem sou eu para negar o convite de um duque, não é mesmo? — riu, colocando a flor em uma mecha do cabelo. — Sim, eu aceito. — Alícia passou o braço em volta do dele, o deixando surpreso.

Andrés soltou o ar, suspirando em alívio, e desviou o olhar do dela. Ambos desceram as escadas, saindo do salão e indo em direção ao jardim lateral do palácio, onde costumava acontecer chás da tarde ou eventos do tipo.

A princesa amou o cuidado que o duque teve em preparar toda a mesa de café da manhã, ela se perguntou como ele sabia que ela aceitaria tão fácil.

Os dois se sentaram um de frente ao outro, o sol estava forte aquela manhã, porém havia uma boa sombra no lugar que ele escolheu.

— Você por acaso viu a Raquel, hoje? — ela iniciou a conversa enquanto Andrés servia duas xícaras com chá. — Ela não dormiu no quarto.

Instantaneamente o duque riu, quase derrubando o líquido.

— O que foi?

— Eu me lembrei de ontem. — o duque negou com a cabeça, ainda rindo, e Alícia não entendeu. — O Sérgio ainda não saiu do quarto hoje.

Olhou para ela, que tinha feição de dúvida.

— Raquel não dormiu no quarto e Sérgio ainda não saiu do dele. — ergueu a sobrancelha. — É só juntar dois mais dois, Alícia.

A ruiva abriu a boca, surpresa ao entender, e gargalhou alto, acompanhada por Andrés.

— Aquela loira safada! — disse, após a crise de risos. — Certeza que deve ter dado a noite toda.

— Olha, eu não acredito que aconteceu alguma coisa. — falava enquanto colocava alguns pães em seu prato. — Meu quarto infelizmente é ao lado do dele, e pelo o que eu ouvi, eles ficaram boa parte da noite conversando.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora