Capítulo 23

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Dia seguinte. No palácio — segundo duelo.

Ao retornarem para o castelo, pela manhã, Raquel e Sérgio aproveitaram a mesa de café ainda posta para comerem, vendo o grupo de amigos chegarem logo após eles. As olheiras nos rostos de cada um indicavam que não haviam dormido nenhum pouco.

— Eu sinto saudades de ser jovem. — Silene bocejou, colocando café em sua xícara. — Hoje em dia eu mal aguento passar a noite acordada.

— Nossa, até parece que você é super velha. — Aníbal revirou os olhos, fazendo o grupo rir.

— Mais respeito por favor, eu sou mais velha que você. — riu — E sim, eu sou uma jovem com alma de velha.

Eles se entreteram na conversa animada sobre idade, causando boas risadas. Enquanto comiam, Sérgio notou o desconforto estampado no rosto de Raquel e seus resmungos o fez questionar:

— Está tudo bem, Raquel?

— Sim... É só que... — ela se aproximou do ouvido dele, sussurrando: — Eu estou morrendo de dor.

— Onde? — Sérgio se preocupou, tateando o rosto dela e Raquel riu.

— Dor muscular, Sérgio. — ele pareceu pensar por alguns segundos. — Por causa de ontem.

— E-eu te machuquei? — gaguejou, preocupado.

— É uma dor boa, não se preocupe. — sussurrou de volta, beijando suavemente os lábios dele. — Eu acho que me empolguei demais.

— Vamos com calma na próxima, vale? — Sérgio segurou a risada e Raquel até estranhou ele não ficar constrangido. Ela sorriu e concordou.

— O que tanto vocês dois cochicham? — Perguntou Alícia.

— Segredo de casal, Alícia. Isso por acaso te incomoda? — Raquel foi irônica e a prima revirou os olhos.

— Você era mais divertida sem o Sérgio. — soltou e ouviu risadinhas dos demais.

— Eu vou me lembrar disso, Alícia Sierra. — ele respondeu.

— Só estou dizendo a verdade, agora a Raquel só tem tempo para você. Se quisermos falar com ela temos que marcar horário na agenda 'Marquina' dela. — revirou os olhos. — Eu me pergunto como você conseguiu deixar essa mulher tão apaixonada? Você só pode ser muito bom de cama mesmo, é a única explicação. — Alícia soltou a frase de uma vez e não teve quem não desse risada.

— Alícia, você pode por gentileza mudar de assunto? — Raquel cobriu o rosto, rindo.

— Não se faça de rogada, Raquel Murillo. Desde que você se sentou nessa mesa eu estou percebendo o seu desconforto. — apontou para a prima, já rindo. — Está estampado na sua cara que você transou a noite toda.

Alícia não tinha papas na língua, simplesmente soltou a frase como quem conta algo rotineiro. Sérgio, que já estava mais vermelho do que a calda de morango do bolo, quis enfiar seu rosto em um buraco e não sair nunca mais.

— Dessa vez eu vou ter que concordar com a Alícia. — Silene zombou.

— Eu vou me retirar antes que vocês comessem a falar até das posições que gostamos. — Raquel se levantou, pegando na mão de Sérgio e praticamente o obrigando a ir junto. Antes de saírem ela se virou a mesa: — E caso a vossa curiosidade seja enorme, as que mais gostamos são sentadas.

— Raquel Murillo! — repreendeu Sérgio, vendo a loira sair em disparada e aos risos.

— Tá... Eu estou traumatizado. — Andrés tinha os lábios abertos e piscava várias vezes para tentar dissipar a cena do irmão transando da mente. O grupo riu alto do comentário.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora