Capítulo 21

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Ao anoitecer. No palácio — O jantar.

Após voltarem para o palácio, onde já estavam todos os convidados, Sérgio e Raquel se arrumaram e desceram para socializar com o restante do grupo. Em meio a conversas, seus sorrisos um para o outro não disfarçavam a felicidade que sentiam, era quase impossível evitar os olhares e suspiros apaixonados.

Diferente do clima do salão, no corredor principal a tensão pairava no ar entre Elliot e Alexandre:

— Eu não vou desmarcar esse duelo. Se Alberto quer insistir nisso, que faça. — deu de ombros. — Nos dois sabemos que no final, tudo vai acabar da mesma forma.

Continuou fumando seu charuto, sem quaisquer preocupações.

— Isso tudo por uma vingança, Elliot? — Alexandre negou várias vezes. — A Mariví está morta e você continua insistindo nisso.

Alexandre tocou no ponto fraco de Elliot.

— Você fez uma escolha Alexandre! Agora eu faço questão que a sua família arque com as consequências. — apagou seu charuto na parede branca de mármore e voltou para o salão principal.

Alexandre surgiu logo atrás de Elliot, cumprimentando seus convidados e dando início ao jantar. Ele ainda teria tempo para conversar com Elliot — assim esperava — então, por hora, resolveu aproveitar a companhia daqueles que realmente gostava. A noite se inciou bem, era um jantar apenas de amigos íntimos da família então assuntos não faltavam. Quando já estavam todos a mesa, entretidos com conversas, Raquel resolveu questionar Alberto, que desde então estava calado:

— Como você ganhou esse roxo no rosto, Alberto? — Raque provocou, segurando a risada, assim como os demais na mesa.

— Foi apenas um desentendimento. — Alberto forçou um sorriso e bebeu seu vinho na taça.

— Meu querido irmão tem mania de falar merda e às vezes apanha por isso. — Arthur soltou e os demais não tiveram como não rir. Sem dúvidas, o mais novo era diferente de Alberto, o senso de humor viera ao nascimento.

Mesmo o clima sendo estranho entre os mais velhos, o jantar seguiu bem. A enorme mesa acabava dividindo os convidados em grupos já que não dava para todos conversarem juntos por conta da lonjura. Os convidados estavam espalhados pela mesa conversando enquanto aproveitavam a noite. Vez ou outra, Alexandre olhava de soslaio para Elliot, percebendo nele um pequeno sorrisinho confiante. O homem exalava prepotência e arrogância, fazendo o próprio rei sentir repulsa. O vendo agora, Alexandre não conseguia reconhecer o seu amigo de infância em nenhuma parte dele. Elliot se tornou outra pessoa.

Após o jantar, do outro lado do salão o grupo de amigos de Raquel conversavam descontraídos próximos à mesa com bebidas enquanto ela fora até a de aperitivos. Alberto, aproveitando a deixa, se aproximou dela:

— Podemos conversar a sós?

— Alberto, se não for pedir muito, eu gostaria que você mantivesse uma certa distância da minha pessoa. — revirou os olhos. — Você consegue ser extremamente inconveniente às vezes.

Alberto se irritou e pegou no pulso de Raquel a força, a fazendo arregalar os, olhos assustada.

— Escuta aqui, eu acho bom você me seguir ou eu juro que acabo com a raça do seu namoradinho aqui mesmo. — apertou o pulso dela com força fazendo os dedos ficarem marcados na pele branca e Raquel quase chorar de dor.

Mas Raquel não iria demonstrar fraqueza, ela era Raquel Murillo. Nunca abaixaria a cabeça para desrespeito algum:

— Se você não me soltar em menos de três segundos, eu juro que essa marca no seu rosto não vai ser a única. — sussurrou, cerrando os dentes.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora