Capítulo 39

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              —   Quatro meses depois   —
       
                              Nascimento

Os trovões partiam o céu de forma brusca e a chuva do lado de fora das vidraças estava cada vez mais forte. O clima frio do inverno não se fazia presente no palácio, todos andavam de um lado para o outro na esperança de notícias: Raquel havia entrado em trabalho de parto.

Em seu quarto, a rainha se encontrava em meio a uma crise de risos. O desespero de Sérgio era tão grande que, misturado ao nervosismo dela, ela começou a rir mesmo com dor.

— Raquel, por Deus! Pare de rir! — Sérgio se ajoelhou ao seu lado na cama.

— Eu não consigo — segurou a barriga e tornou a rir  — Aí ai... — franziu o rosto pela contração e fechou os olhos cessando o riso.

Ao abrir os olhos ela encontrou Sérgio pálido e foi impossível segurar a risada novamente.

— Sérgio, eu estou bem! — acariciou o rosto dele e percebeu o quanto ele estava gelado — Meu bem, por favor, vá tomar um copo de água ou você vai desmaiar aqui mesmo.

Mônica entrou no quarto acompanhada de Mariví. Mesmo com a gestação avançando, ela faria o parto da amiga e se sentiu extremamente grata por poder ajudá-la a trazer seu filho ao mundo. Diferente dos demais, Mônica era a única que tinha certeza sobre o sexo do bebê.

— Pronta para trazer uma criança ao mundo? — sorriu animada para Raquel.

— Sim, se o Sérgio me deixar ter essa criança! Ele está quase tirando ela aqui de dentro na base da força  — Sérgio cerrou os olhos — Querido, vá beber água. Eu estarei no mesmo lugar e bem, não se preocupe.

Sérgio olhou para as duas mulheres em pé e elas assentiram.

— Qualquer coisa me grite! — ele beijou a testa dela e se levantou da cama indo até a porta.

— Por que homens são tão dramáticos? — Mariví perguntou sentando do lado de Raquel — Parace que quem está grávido é ele e não você!

As três riram até que Raquel sentiu outra contração. Dessa vez mais forte.

— Vamos ver com quantos centímetros de dilatação você está? — perguntou Mônica e Raquel assentiu.

Do lado de fora do quarto, após beber água e acabar trazendo consigo outro copo, Sérgio encontrou Alícia e Andrés no corredor.

— Me diga que conseguimos chegar a tempo! — Alícia perguntou alvoroçada — Já nasceu?

— Ainda não, Alícia — Sérgio respondeu e desceu o olhar para a barriga dela. Estava quase do mesmo tamanho que a de Raquel.

— Que dia lindo para colocar uma criança ao mundo, não acha hermanito? — Andrés abraçou Sérgio.

— Super! A carruagem emperrou em uma poça de lama, eu estou encharcada e provavelmente vou ficar gripada — Alícia cruzou os braços — Essa criança realmente escolheu um ótimo dia.

— Ignore o estresse dela, está assim porque eu a proibi de comer doces até o final da gestação — Andrés sussurrou no ouvido do irmão e se afastou do abraço.

— Eu também senti saudades suas, Alícia — Sérgio riu e abraçou a cunhada. Logo em seguida ele desceu as mãos para a barriga dela e fez um pequeno carinho — Como está o meu sobrinho?

— Sobrinha! — Andrés corrigiu com um sorriso orgulhoso nos lábios.

Sérgio ficou confuso, ele olhou do irmão para a cunhada sem entender a resposta.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora