Sociedade Secreta: A filha do rei

Capítulo 29

No dia seguinte. Birmingham — A princesa está morta.

Raquel Murillo estava morta.

Sérgio caiu de joelhos ao chão e gritou em lágrimas. Haviam acabado de lhe tirar tudo, sua razão de ser, sua existência. Tudo havia se partido quando ele leu o anúncio da morte de Raquel. A princesa havia caído da sacada.

Andrés correu até o irmão o abraçando fortemente. Seus gritos não paravam e a dor lhe rasgava a alma. Raquel estava morta. Ele não pode dizer o quanto a amava e queria passar com ela o resto da sua vida. Não ouve um último beijo, último olhar, abraço, nada. Ela havia partido e lhe deixou apenas um coração completamente destruído.

Ouviram gritos vindos do andar de cima e Andrés preferiu estar morto do que saber o enfrentaria. Alícia desceu as escadas com o rosto banhado em lágrimas.

— Por favor... Me digam que é mentira — cobriu a boca com as mãos encontrando Sérgio aos prantos no chão. Andrés olhou para ela por cima do ombro do irmão e negou com a cabeça.

As pernas de Alicia fraquejaram e ela precisou se sentar. Um choro forte e agudo saiu de sua garganta se entregando a completa dor e Andrés não sabia se acudia Sérgio ou a Alicia.

— Cuida dela Andrés — Sérgio afastou seu irmão, que tentou negar, mas ele continuou: — Ela precisa mais de você.

Ele se levantou quase sem forças e Andrés abraçou Alícia. A ruiva soluçava completamente destruída pela notícia. Ela não conseguia acreditar que Raquel estava morta.

Batidas bruscas contra a porta de madeira foram ouvidas e Sérgio foi até ela a abrindo e encontrando Arthur completamente ofegante:

— Ela está viva.

Sérgio quase caiu de joelhos novamente. Foi como lhe devolvessem a vida. Raquel estava viva.

                  • Na noite anterior •

— Eu espero que você morra no inferno!

Arthur gritou empurrando Alberto para longe de Raquel e segurou o corpo da princesa para que ela não caísse. No mesmo segundo que Alberto se virou o irmão esmurrou seu rosto o fazendo titubear para trás e sem perder tempo Arthur o empurrou contra a sacada escutando seu grito de desespero.

O grito de Alberto cessou ao cair no chão.

O marquês deu dois passos para trás completamente atordoado e Raquel se afastou da sacada sem coragem para olhar o corpo ao chão.

— Raquel... Eu...

— Você fez o necessário — foi até ele o abraçando — Você salvou a minha vida.

Os olhos de Arthur se encheram de lágrimas ao abraçar Raquel, mas ele não deixou que elas as caíssem. Por todos aqueles anos, Arthur viu o irmão propagar o mau e o quanto a sua família causou sofrimento para a de Raquel. Ao menos agora ele pagaria por tudo que fez.

— ELA ESTÁ POR AQUI!

Os guardas entraram pelo corredor e os dois despertaram do abraço caindo na realidade quando a voz de Elliot se fez presente.

— Se esconda Arthur! — Raquel apontou para o guarda-roupa ao canto da parede.

— Mas e você? — segurou seu pulso.

— Você me salvou uma vez, me deixe fazer o mesmo por você — sorriu apertando suas mãos e ela assentiu para que ele concordasse.

Raquel praticamente empurrou Arthur para dentro do guarda roupas e ao fechar a porta viu Elliot entrar pelo quarto.