Capítulo 34

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No dia seguinte. Ao amanhecer — momentos em família.

Raquel levantou da cama e correu até o banheiro com a mão na boca. Ao chegar, ela se ajoelhou diante o vaso e vomitou praticamente tudo o que havia comido na noite anterior. Sua cabeça latejava e a garganta ardia por todo o esforço que fez ao vomitar, ela se perguntava se seria assim até o final da gravidez.

— Deixa que eu te ajudo! — Sérgio foi até ela em passos rápidos e segurou seu cabelo com as mãos enquanto ela continuava vomitando. Quando o vômito finalmente cessou ele soltou a respiração aliviado.

— Sai daqui — ela tossiu duas vezes e tentou retomar o fôlego erguendo a cabeça — Eu não quero conversa com você.

— Como? — Sérgio soltou os fios dela e ergueu seu rosto com a mão.

— Você e aquela água de salsicha estavam de conversinha — retirou as mãos dele de seu rosto e se levantou indo até à pia, ligando a torneira em seguida.

— Quem? — Sérgio perguntou completamente confuso.

— A sua ex — fez uma concha com as mãos e jogou a água fria pelo rosto e pescoço.

Sérgio se levantou colocando as mãos na cintura e encarando Raquel sem entender absolutamente nada. Ela só poderia estar de brincadeira — pensou.

— Pode me explicar por favor? — pediu calmamente vendo a amada secar o rosto com força na toalha — Você vai arranhar seu rosto, Raquel.

— Ah! Agora você está preocupado comigo? — foi irônica.

— Santo Deus! Me explica de uma vez o que eu te fiz, Raquel!

— Você estava conversando com a Tatiana, Sérgio! — falou mais alto e o duque arregalou os olhos confuso.

— Eu estava com você literalmente o tempo to...

— No meu sonho, Sérgio! Mas que droga! — interrompeu irritada — Nem no meu próprio sonho eu me livro daquela infeliz.

Saiu do banheiro e Sérgio seguiu logo atrás.

— É sério que você está brava comigo somente por um sonho? — ele começou a rir.

Raquel freou seus passos e virou para ele de punhos cerrados, o que fez o riso de Sérgio cessar.

Mariví saiu do quarto ao lado e encontrou a filha e o genro parados no corredor. Ela diria bom dia, mas ao ver a filha praticamente matar Sérgio com o olhar, ela ficou calada.

— Eu vou fingir que não ouvi isso — Raquel ficou de costas e seguiu para o quarto — Não vem atrás de mim! — ele parou os passos no mesmo instante.

— Está tudo bem? — a mais velha perguntou e a porta do quarto de Raquel bateu.

— Ela está brava comigo por causa de um sonho — Sérgio respondeu atônito — Um sonho!

Mariví acabou rindo.

— Oh! Meu filho, grávidas são assim mesmo — se aproximou dando dois tapinhas no ombro dele — Eu sou um exemplo. Na minha gravidez eu quis matar o pai dela somente porque ele trocou de perfume e eu não gostava do cheiro.

Sérgio piscou duas vezes. Raquel seria da mesma forma? — ele pensou.

— Não precisa ficar assustado — ela riu — Com o tempo você aprende a conviver. São apenas nove meses.

O duque assentiu e sorriu um pouco envergonhado. Se aquele era o primeiro mês, ele não queria nem imaginar como seriam os próximos. De qualquer maneira, Sérgio estava feliz, ele iria acompanhar de perto cada estágio da gravidez de Raquel e se pequenos surtos como aquele eram as consequências, ele aceitaria de bom grado. Ao lado da sogra, eles prepararam o café da manhã e conversaram enquanto arrumavam a mesa.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora