Capítulo 13

216 13 68
                                    

No dia seguinte — A apresentação.

Raquel estava no quarto, acompanhada de Martín e Alícia. Enquanto o amigo terminava de ajustar o vestido em seu corpo, Alícia estava deitada na cama de Raquel e também se encontrava perdida em pensamentos.

Longe dos dois estava Raquel. A loira se olhava no espelho, tentando reconhecer a si própria no reflexo. Quando Raquel era pequena, ela imaginava que no dia que tivesse que escolher com quem se casaria, ela estaria radiante. Mas a realidade agora era outra. A princesa estava tão inerte que respondia as perguntas dos amigos apenas com murmurinhos e acenos, sem se importar sobre o que eles estavam conversando.

Ela deixou que sua mente vagasse pelo dia anterior onde estava realmente feliz aos braços de Sérgio. Ela não sabia ao certo o que sentia pelo duque, mas tinha certeza que gostava da companhia dele e que ele fazia um bem enorme a ela.

— Meu Deus! isso aqui tá parecendo um velório. — Alícia se levantou da cama, se juntando aos dois no meio do quarto. O jeito engraçado que a prima falou fez Raquel sair dos devaneios.

— Talvez seja o meu próprio. — Raquel zombou da própria desgraça, mas nenhum dos dois riram.

— O humor dela está assim o dia todo. — Martín olhou para Alícia pelo espelho, e viu a ruiva manear a cabeça em negação.

— Qual é, Raquel! Melhora essa carinha.

Alícia abraçou a prima por trás.

— Se você quiser eu faço o seu duque participar também, eu sei que você adoraria se casar com ele. — sorriu travessa e finalmente viu Raquel rir pela primeira vez naquela manhã.

— Prontinho. — Martín abotoou o último botão do vestido de Raquel. — Está pronta para arrasar os corações daqueles homens.

Os três riram e ela se olhou mais uma vez no espelho. Raquel sorriu com o pensamento que se passou brevemente:

"Nenhum deles é quem eu gostaria"

Enquanto de um lado do castelo, Raquel se arrumava, do outro, Andrés tentava convencer Sérgio:

— Andrés pode, por favor, me deixar em paz? — pediu impaciente, fechando a porta atrás de si e sendo acompanhado pelo irmão.

— Sérgio, eu estou falando sério! Você vai mesmo entregar a sua loira de bandeja para outro?

Sérgio freou seus passos, encarando o irmão.

— Eu e Raquel somos apenas amigos. Quantas vezes vou ter que te explicar isso?

Andrés revirou os olhos, entediado.

— Até quando você vai negar que está apaixonado pela Raquel? — ele viu o irmão desviar o olhar. Mais uma prova de que estava certo no que afirmava. — Viu só? seu silêncio te entrega!

— Andrés, eu tenho trabalho para fazer agora, e se não me engano você também tem! — Sérgio tentou mudar o rumo do assunto. — Então pode, por favor, me deixar em paz e me deixar começar meus afazeres?

O mais velho passou as mãos no cabelo, começando a ficar sem paciência. Sérgio era irredutível quando queria.

— Ela não é a Tatiana, Sérgio! Até quando você vai remoer essa história?

Soltou sem perceber e ao notar o silêncio de Sérgio, ele se arrependeu.

— Me desculpe, eu sei que você não gosta de falar desse assunto.

— Andrés, eu tenho muito o que fazer. — ele abaixou o olhar, preferindo não continuar a conversa. — Com licença.

Seguiu pelo corredor, deixando Andrés sem resposta e se sentindo péssimo pelo o que disse. Sérgio preferiu esquecer a conversa com o irmão e continuou o caminho até o salão principal, notando o quanto o palácio estava movimentado naquela manhã. Não era para pouco já que um evento importante estava prestes a acontecer.

Sociedade Secreta: A filha do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora