PAUSADA - Assistente do Hokage » Kakashi Hatake

Capítulo 43

— Itachi... – as lágrimas brotaram sem aviso, seu corpo era pesado demais pra mim, me ajoelhei o segurando.

Ainda em seus últimos atos, ele tirou a katana que atravessava seu corpo, tossiu em seguida.

— Você já estava perdoado – chorei – você não devia sua vida a mim.

Coloquei minhas mãos sobre seu abdomen e comecei o ninjutsu.

— Nayumi... – tossiu – não deve usar ninjutsu em período de gravidez – ele disse.

— Cale a boca – chorei.

Comecei a tremer sem parar quando vi minhas mãos cheias de sangue, o sangue dele.

— Você precisa... ir...

— Você é muito egoísta – falei com raiva – sempre foi.

Ele olhou em meus olhos.

— Izumi está te esperando com a sua filha, e você joga sua vida fora em segundos sem ao menos pensar nelas – cuspi as palavras sobre ele.

Ele fechou os olhos, derrotado.

— Elas precisam de você, alguém precisa de você, então pare de vacilar – estava claramente irritada, de desespero – você está deixando ela na mão, não sabe o quanto sua ausência vai afeta-la.

Itachi estava deitado em minha frente, apenas ainda existindo, o sangue era muito, o chakra estava fraco.

— Você acha que vai ser fácil pra ela criar sua filha sozinha? O que ela vai dizer quando sua filha perguntar pelo pai?

O peso de ser quem causou a morte de Itachi eu não poderia carregar, nem imaginava um dia fazer isso, por isso não o deixaria morrer.

— Você é um idiota – falei nervosa, mesmo entre as lágrimas – eu não posso deixar um idiota como você morrer assim.

Ele sorriu, mesmo acabado, não aguentava deixar os olhos abertos.

— Aika... – ele murmurou baixo, quase não ouvi.

— O que?

— O nome da minha filha... vai ser Aika...

Engoli o choro.

— Agora pare de falar... eu vou te curar...

— Eu preciso... – ele continuava a teimar – preciso dizer enquanto posso... sei que... não voltarei pra casa...

O corpo de Itachi parecia ficar cada vez mais pesado, o sangue já se espalhava por toda a neve no chão, o vento soprava contra nós e uma tempestade se aproximava, eu tremia de frio mas torcia para que eu conseguisse aquece-lo de alguma forma.

— O que quer dizer? – perguntei.

— Primeiro... eu quero que saiba... que não houve um dia... em que eu me julguei... depois de termos nos separado...

— O que?

— Você foi a mulher da minha vida, Nayumi...

Arregalei os olhos e por um momento não percebi que deixei de fazer o ninjutsu.

— Do que está falando? – senti meus olhos se encherem de lágrimas novamente – você não ama Izumi?

Com os olhos meio abertos, ele olhou para mim.

— Amo... mas com você... foi diferente.

— Não me conte mentiras – tornei a chorar – dói demais.

— Você foi o amor da minha vida... aquela que me marcou... mas Izumi é o amor pra minha vida...

— Não estou entendendo... – falei baixo, perdendo a voz.