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- Sinto muito. – ele me diz e parece apreensivo. É estranho ouvi-lo dizer essas palavras. Eu não consigo pensar nele falando com ninguém antes.
— Você veio à procura de um pedido de desculpas?
— Não, não realmente, — eu digo a ele e dou de ombros, querendo dar um passo para trás do ar tenso, mas minha bunda está firmemente plantada neste banquinho. Ele vira para a esquerda e eu olho para o vidro enquanto continuo, só querendo tirar isso de mim antes que ele vá embora de novo.
— Eu só queria conversar. — As palavras finalmente saem, embora não estejam completamente certas. Eu quero derramar cada palavra que está dentro de mim. Desde a última noite que o vi todos esses anos atrás, e tudo o que aconteceu até o momento. Não há muitas pessoas que possam se relacionar com o que passamos.
Ele ainda não disse uma palavra. Seu olhar está focado em mim como se ele estivesse tentando me ler, mas não consegue entender o que está escrito. Se ao menos ele perguntasse, eu diria a ele. Eu não tenho tempo para jogos ou segredos, e nossa história compõe muito de quem eu sou, para desrespeitar isso com falsidades.
— Você vai fugir de novo? — Eu pergunto enquanto ele olha de volta para mim.
— Você quer que eu vá? — ele me pergunta em troca.
— Não. — eu respondo instantaneamente e um pouco alto demais. Como se o que ele dissesse fosse uma ameaça. Eu fico mais quieta quando acrescento: — Não quero que você vá. — O desespero em minha voz é marcadamente aparente.
— Bem, o que você quer então? — ele pergunta e eu sei a resposta. Eu o quero. Eu respiro lentamente, sabendo a verdade, mas também sabendo que eu nunca confessaria isso.
— Eu não tenho conseguido dormir desde a outra noite. — eu confesso e meu olhar pisca do vidro para os olhos dele. Minha unha bate no vidro de novo e de novo e o pequeno tilintar me convence a continuar. — Eu tive um momento difícil por um tempo, mas eu estava indo muito bem até que vi você. — Eu não olho para cima para ver como ele reage; Sou apenas grata que as palavras estão finalmente chegando para mim. — Quando você nem se incomodou em olhar para mim, muito menos falar comigo... — Eu engulo em seco e depois bebo mais cerveja.
— Foi um choque vê-la. — Alfonso diz as palavras como se estivesse testando-as em sua língua. Como se não fossem verdade, embora eu tenha certeza de que são. Eu olho em seus olhos quando ele fala. — Não quis incomodá-la.
— O que você queria dizer então? — Pergunto sem perder um segundo.
Ele hesita outra vez, com cuidado para dizer apenas o que ele quer.
— Eu não sabia o que dizer, então fui embora.
— Isso parece razoável. — Ou pelo menos parece a versão de Alfonso que eu me lembro. Eu tomo outro gole de cerveja antes de dizer: — mas doeu.
— Eu já disse que sinto muito. — Suas palavras são curtas, duras até, mas elas não me perturbam.
— Eu não estava procurando por um pedido de desculpas. Eu só queria que soubesse como você me faz sentir.
Ele responde rapidamente desta vez, ainda olhando minha expressão como se não tivesse certeza do que fazer com ela.
— E como eu faço você se sentir agora?

Possessive - Anahi e Poncho (Adaptada) AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora