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— Então você não quer vir comigo para verificar o campus?
— Não sei se há uma maneira educada de dizer isso, mas porra, não. — Surpreende-me como é fácil ser sincero com Anahi. Talvez seja porque, assim como agora, ela não está ofendida ou surpresa. Ela simplesmente pega o que tenho para dar e sorri.
— Então você acha que eu não deveria ir lá? — Ela pergunta e pelo seu tom eu sei que é uma pergunta carregada.
— Porquê você iria? — Eu ofereço em contestação.
Ela quebra o contato visual e encolhe os ombros, cutucando um fio no edredom.
— Parece que um diploma de negócios faria sentido.
— Você já tem sua empresa criada e é bem sucedida, não é?
— Estou indo bem. Como você sabe? Você me investigou?  - ela perguntou, brincando, mas eu a ignoro e a pontada no meu peito.
— Então por que se preocupar?
Ela me olha por cima do ombro com um olhar defensivo no rosto.
— Bem, por que você se incomoda?
Inclinado para a frente, baixo a minha voz para responder a ela. — Eu não me incomodo. Não vou ficar.
— Você está indo para casa? — Ela pergunta, e a própria ideia de casa não fica bem comigo, mas a expressão em seu rosto também não. A pessoa magoada que ela não consegue esconder, embora eu não tenha certeza de que ela se incomodaria, mesmo que tivesse consciência de quão transparentes são suas emoções.
— Eu estou trabalhando e isso pode me levar para onde crescemos.

Quando me deito na cama lentamente, questiono ser tão honesto como ela. A natureza tímida e curiosa de que eu gostei é tão tímida. Como se ela estivesse entrando em território perigoso.
— Devo perguntar? — Sua voz é baixa e ela não me olha nos olhos.
— Isso depende o que você quer saber. — Ela não faz uma única pergunta desde que começamos a nos conectar. Ela é inteligente o suficiente para saber. Talvez inteligente o suficiente para saber que não deve perguntar também.
Finalmente, seus lindos olhos verdes olham para mim e ela pressiona.
— Você me contaria a verdade se eu perguntasse? Tyler nunca fez.
— Tyler nunca esteve envolvido em nada sério. — Ignoro como tudo em mim fica frio com a menção de seu nome. Estar com Anahi... sabendo que ele foi o primeiro. Dói engolir enquanto ela continua falando. Especialmente depois da memória do meu pai. Eu não gosto de lembrar.
Ela me responde:
— A sua versão de sério e a minha são diferentes, eu acho.
O tempo passa, pois não consigo responder. Ela não precisa saber de nada disso. Seria melhor se ela não fizesse.
Mais um segundo. Outro pensamento.
— É por isso que você o deixou? — Eu pergunto a ela e, embora
doa profundamente, eu preciso saber se a ideia dela do que ele fazia no trabalho foi o que a fez deixá-lo. Eu não digo o nome dele.
— Não quero falar sobre aquela noite. — Sua resposta sai mais nítida do que eu esperava. Com uma mordida e uma ameaça para não questioná-la. Isso só me deixa muito mais curioso.

Possessive - Anahi e Poncho (Adaptada) AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora